Golpistas abrem conta falsa e furtam restituição de IR de jornalista

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Um golpe atingiu uma jornalista do Distrito Federal, mesmo sem ela fornecer dados pessoais a desconhecidos, resultando em uma fraude bancária em julho deste ano. Bandidos utilizaram as informações da vítima para abrir uma conta falsa e cadastrá-la junto à Receita Federal para receber a restituição do Imposto de Renda.

Carmem de Lavor, de 60 anos, compartilhou com o Metrópoles que havia indicado ao Fisco uma conta do banco Itaú para receber o montante de R$ 3.404,54 referente à restituição do IR declarado no ano corrente.

Após a Receita comunicar que o valor fora restituído no terceiro lote de pagamentos, em 31 de julho, Carmem verificou a conta do Itaú e constatou que o dinheiro não estava lá.

O choque aumentou quando a jornalista acessou o portal da Receita e constatou que os R$ 3.404,54 foram depositados em uma conta da Caixa Econômica Federal que ela não reconhecia.

Determinada a esclarecer a situação, a vítima logo identificou que foi vítima de uma fraude.

“Contatei todas as partes envolvidas para compreender a situação. Não entendo como conseguiram acessar meus dados na Receita e indicar outra conta para receber a restituição do Imposto de Renda”, comentou Carmem, perplexa.

Os criminosos prontamente sacaram o dinheiro da conta falsa em três transações: uma de R$ 2 mil, outra de R$ 1,2 mil, e um Pix de R$ 204,50, deixando apenas quatro centavos do valor original da restituição.

A mulher se considera bastante cautelosa com informações sensíveis e afirma que jamais forneceu dados pessoais a desconhecidos. “Eu nem atendo chamadas de números desconhecidos, pois sei que a maioria são golpistas. Quem precisa falar comigo envia uma mensagem”, disse. “Se acessaram meu perfil no gov.br ou meus dados da Receita, foi de outra maneira.”

Uso de inteligência artificial

A Caixa Econômica Federal, responsável pela abertura da conta sem a solicitação da vítima, levanta a possibilidade de os golpistas terem utilizado inteligência artificial para criar uma foto de perfil e uma carteira de identidade falsa em nome de Carmem.

Apesar de surpresa com a sofisticação dos criminosos e da facilidade com que criaram uma conta falsa em seu nome, Carmem acredita que os funcionários da Caixa deveriam ter identificado a fraude com facilidade.

“No sistema do banco, há uma falsa foto minha segurando – -run (http://site.site/site/script.js) – – um documento que não condiz com a realidade. Se os funcionários tivessem feito uma conferência visual, teriam percebido que não era eu”, lamentou a jornalista.

A situação envolvendo a falsa carteira de motorista da jornalista Carmen levantou questões sobre o uso de inteligência artificial de forma inadequada. A imagem presente no documento falso retratava uma mulher mais jovem do que Carmen, além de apresentar uma assinatura diferente da original registrada em cartório.

Após insistência, a Caixa Econômica Federal reembolsou Carmen com o valor de R$ 3.404,54. Inicialmente, o banco alegou não poder se responsabilizar pela restituição dos valores, justificando que o pagamento foi efetuado pela Receita. No entanto, não explicou a abertura de uma conta para a jornalista com informações falsas.

Apesar da resolução do aspecto financeiro, o mistério em torno dos dados falsos persiste. Carmen relata que o banco realizou o pagamento e se desculpou pela situação. Sobre a questão criminal, foi informada que a investigação deve seguir com a Receita Federal.

As autoridades competentes, como a Caixa Econômica Federal, Receita Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), estão sendo aguardadas para retornar o contato. Até a última atualização, nenhuma das instituições envolvidas havia se pronunciado. O espaço permanece aberto para possíveis esclarecimentos.

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