Samba de São Lázaro, na Federação, anuncia mudança no horário após denúncias

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O Samba de São Lázaro comandado pela banda Oz Favoritos, em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação, terá um novo horário a partir desta sexta-feira (8), após denúncias relacionadas a realização do evento devido ao barulho e relatos de roubos na região.

Por meio de nota, a banda informou que conta com o apoio da 41ª Companhia Independente da Polícia Militar para a realização do evento.

“Devido às denúncias relacionadas ao nosso samba, venho através deste canal informar a todos que o Samba do São Lázaro tem um novo horário de início. Começará pontualmente às 20:00 e será levado até às 22:30. Desde já queremos agradecer todo apoio que foi nos dado da 41ª CIPM. Peço a todos a colaboração e compreensão. Não deixaremos o samba morrer”, informa o comunicado.

De acordo com o perfil ‘Te Vi no São Lázaro’, a mudança ocorre pelas denúncias de possível abuso de ordem, no entanto, os administradores alegam racismo na denúncia. “Nós sabemos que não é sobre isso e que mais uma vez o sistema e a burguesia venceu as articulações pretas para tentar amenizar, alegrar a nossa sobrevivência em uma sociedade desigual, injusta e racista”.

Além da questão do barulho, uma queixa dos moradores da região, é a insegurança na região. Um dos casos de roubo que viralizou no X, antigo Twitter, foi o de um rapaz que teve o celular roubado próximo a TV Bahia, já depois da Igreja de São Lázaro, onde acontece a festa. 

Segundo o relato, três homens estavam roubando com o auxílio de uma faca. “Levaram meu celular e ainda me coagiram na parede, que assustador viver tudo isso”, afirmou o homem identificado como Henrique.

Outro internauta contou que a amiga foi assaltada logo na chegada do samba. “Bem que notei uma movimentação estranha, mas segui a vida”, disse mais uma pessoa.

O Samba de São Lázaro começou de forma tímida, em uma movimentação dos barraqueiros da região que enxergaram um público nos movimentos estudantis da UFBA, que ocupavam o largo em frente a igreja e ao campus da universidade para fazer calouradas.

O movimento na região cresceu antes mesmo da pandemia. São Lázaro já era um lugar para se estar após a adesão dos empreendimentos locais e a chegada da música na rua. No período pós pandêmico, a festa na região ganhou a adesão do público geral e se tornou a sensação da cidade. 

E da forma que começou, os barraqueiros tentam manter. Tanto que um dos pedidos mais frequentes é o consumo do comércio local para ajudar quem trabalha na festa desde o início. 

“O samba só acontece por conta do comércio local. Sem o comércio local não haveria samba. A direção organizadora pede gentilmente que os frequentadores não levem cooler, pois, se a frequência do cooler continuar, o samba poderá chegar ao seu fim.”

O Bahia Notícias tenta contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), responsável por licenciar os eventos em Salvador, desde março deste ano para falar sobre o evento, que se tornou tradição na agenda de festas da capital, mas não houve retorno.

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