Fux manda governo pagar remédio de R$ 17 mi a criança com doença rara

Publicado:

compartilhe esse conteúdo


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou o pagamento do tratamento com o Elevidys, medicamento com valor entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões, para Paulo Azevedo Soares Varela, de 6 anos. O menino é diagnosticado com Distrofia Muscular de Duchenne, uma doença genética rara e mortal.

Veja:

 

“Na sempre complexa ponderação entre, de um lado, os importantes argumentos de ordem financeira, e, de outro, a concretização do direito de acesso à saúde, não se pode desconsiderar a relevância do direito à vida. Eis a máxima da justiça social preconizada pela Constituição de 1988, calcada nos valores de solidariedade tão caros à sociedade brasileira”, afirmou Fux.

Segundo a sentença, a União deve fornecer o medicamento e providenciar todos os custos para a realização do procedimento. O pedido de registro do Elevidys tramita na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, já foi aprovado pela FDA – Food and Drug Administration dos Estados Unidos.

Ao analisar o caso, Fux destacou os relatórios médicos da criança. Classificando a doença como “grave” e “catastrófica”, o documento sugere o tratamento imediato. “Em razão do óbito precoce e a gravidade da doença, conclui-se que há urgência no tratamento”, ressaltou o texto.

Destacando o Artigo 196 da Constituição Brasileira, Fux relembrou que o direito à saúde como dever do Estado, “que deverá, por meio de políticas sociais e econômicas, propiciar aos necessitados tratamentos eficazes, capazes de lhes garantir maior dignidade e menor sofrimento”.

Direito à vida e à saúde

O ministro argumentou que o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990) e a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (Decreto 99.710/1990) também asseguram para as crianças o direito à vida e à saúde. Fux lembrou que atualmente não existe substituto terapêutico com registro no Brasil.

Na sentença, Fux também comentou a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes, que estabeleceu limitações para a liberação do tratamento com Elevidys pela União.

Além de restringir o acesso, a sentença de Gilmar Mendes também determinou o dialogo entre a Suprema Corte, representantes da União, da PGR, do Ministério da Saúde, da Anvisa, da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, do laboratório farmacêutico produtor do medicamento em busca de preços justos e mais compatíveis com o mercado brasileiro.

Alegria

A decisão de Fux encheu de alegria a mãe do menino, a auxiliar administrativo Emmanuelle de Azevedo Soares Varela, 37. “Nós estávamos lutando na Justiça para salvar a vida de Paulo desde o início desse ano. Com inúmeras negativas, com laudos periciais desfavoráveis. Mas nós conseguimos”, comemorou.

Segundo Emmanuelle, com o tratamento, Paulo terá a oportunidade de viver mais e melhor. “Nós vamos conseguir salvar Paulinho e ele vai viver muito”, afirmou.

Duchenne é uma doença neuromuscular genética. Degenera os músculos, inclusive a musculatura cardíaca e o sistema nervoso. Segundo a família, Paulo só conseguiu começar a andar com 1 ano e 8 meses. O menino recebeu o diagnóstico quando tinha apenas 3 anos.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Desembargador Nilson Castelo Branco é eleito por aclamação para a Presidência da Seção Criminal do TJ-BA

O desembargador Nilson Castelo Branco foi eleito para a Presidência da Seção Criminal do Tribunal de Justiça...

VÍDEO: Acidente em escada rolante deixa 13 pessoas feridas em estação de trem em São Paulo

Na manhã desta quinta-feira (18/12), um carrinho de compras enroscou na lateral da escada rolante da Estação Brás, na região central de São...

PM agride mulher de 65 anos com coronhada de fuzil em bar no Rio

Um vídeo gravado por testemunhas, na noite de quarta-feira (17/12), em um bar de Nilópolis, na Baixada Fluminense (RJ), registra uma mulher de...