Após a decisão de proibir visitas aos militares presos na Operação Contragolpe, suspeitos de planejar assassinatos políticos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes informou ao comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, que ele será responsável por autorizar as visitas.
Em um ofício, Moraes deixou claro que apenas os advogados constituídos pelos militares detidos em batalhões do Exército no Rio de Janeiro e em Brasília não precisarão de autorização prévia.
“Senhor Comandante, foi proferida decisão nos autos sigilosos em epígrafe, para imediato cumprimento, nos seguintes termos: DETERMINO, em razão da proibição constante da decisão proferida em 17/11/24, que todas as visitas deverão ser previamente autorizadas por este Relator, exceto os advogados com procuração nos autos, que deverão obedecer às normas regulamentares do batalhão onde os presos se encontram recolhidos.”
A postura de Moraes em relação aos presos da Operação Contragolpe difere da adotada no caso do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, preso no âmbito de um inquérito que apura fraude. Enquanto Cid recebeu pelo menos 73 visitas em menos de 20 dias, os militares da Contragolpe estão proibidos de ter contato com outros investigados e de sair do país.
Dentre os militares que visitaram Mauro Cid na prisão estavam o general Mario Fernandes – preso na Contragolpe – e dois indiciados no inquérito da Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022: o general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira e o coronel Cleverson Ney Magalhães.
Além do general Mario Fernandes, a Operação Contragolpe resultou na prisão do tenente-coronel Helio Ferreira Lima, do major Rodrigo Bezerra Azevedo, do major Rafael Martins de Oliveira e do policial federal Wladimir Matos Soares.
Comentários Facebook