O afastamento do sigilo de inquérito pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expôs detalhes de uma trama golpista discutida nos bastidores do governo de Jair Bolsonaro. O golpe, conforme apontaram os investigadores da Polícia Federal (PF), seria consumado no final de 2022 e envolveria o assassinato de autoridades, como do presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Em um relatório de mais de 880 páginas, a PF descreveu uma série de elementos que levaram ao indiciamento de 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Um levantamento feito pelo Metrópoles, com base no relatório elaborado pela PF, revelou os principais termos usados para descrever a trama, destacando a frequência das menções aos nomes de Jair Bolsonaro e Mauro Cid, além do envolvimento de militares.
A PF indiciou Bolsonaro, declarando que ele teria planejado e atuado diretamente no golpe de Estado no Brasil, contando com o auxílio do tenente-coronel Mauro Cid. Foram mais de 520 citações ao sobrenome “Bolsonaro” no relatório, com “Jair” aparecendo mais de 480 vezes e “presidente” sendo mencionado 623 vezes.
Mauro Cid também se destacou no texto, sendo peça-chave nas investigações da tentativa de golpe, devido ao seu envolvimento e às mensagens e documentos encontrados em seus equipamentos eletrônicos.
O relatório da PF está sob avaliação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que decidirá sobre a apresentação da denúncia. Há a possibilidade de novas diligências ou arquivamento do caso. Qualquer manifestação ao STF deve ocorrer apenas em 2025, devido à extensão dos elementos reunidos pela PF.
Caso a denúncia seja aceita, a decisão de tornar os envolvidos réus caberá à 1ª Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
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