A Igreja Pentecostal Deus é Amor está enfrentando acusações de racismo depois de divulgar um comunicado aos seus fiéis, no dia 3 de dezembro, proibindo o uso de penteados afro. Além disso, o comunicado estabeleceu restrições quanto à aparência e comportamento dos membros, com possíveis penalidades para quem desrespeitasse as normas.
O documento proibiu roupas consideradas sensuais, maquiagem, cortes de cabelo para mulheres, e para os homens, vetou penteados afro e calças justas. A orientação mencionava que membros que não cumprissem as regras estariam “fora de comunhão” e não poderiam participar de eventos religiosos até “corrigirem o mau testemunho”.
O caso gerou grande repercussão, levando o Movimento Negro Evangélico a apresentar uma denúncia-crime ao Ministério Público de São Paulo, com base na Lei do Racismo. O MP confirmou que a denúncia será encaminhada ao Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância.
Jackson Augusto, coordenador do Movimento Negro Evangélico, destacou que a Bíblia não deve ser utilizada para discriminar: “Como pessoas negras evangélicas, não podemos mais aceitar que a Bíblia seja usada para propagar uma violência tão grave como o racismo”.
Em resposta, a igreja afirmou que a proibição do penteado afro “não está mais em vigor” e expressou repúdio a qualquer forma de discriminação. O Movimento Negro Evangélico enfatizou que o incidente vai além da IPDA, refletindo práticas discriminatórias comuns em outras igrejas, ressaltando a importância de recorrer à Justiça para estabelecer limites.
Comentários Facebook