Seguindo determinação do delegado Sanney Simões, titular da Polícia Civil de Mucuri, peritos da Polícia Civil realizaram na manhã desta terça-feira (11/12), a exumação do cadáver da aposentada Francisca Botelho Barbosa, 99 anos, que estava sepultada no Cemitério Municipal do povoado de São Jorge, no município de Mucuri, a 142 quilômetros da sede. O trabalho pericial foi realizado supervisionado pelo perito médico legal revisor Welson Nascimento e do perito criminal Bruno Mello, do Departamento de Polícia Técnica de Teixeira de Freitas.
O trabalho se deu por causa da suspeita que a aposentada estivesse sido enterrada viva, porque o coveiro André Luiz Conceição, 33 anos, assegurou que no dia seguinte ao enterro do corpo da anciã, teria ouvido batidas vindas de dentro da sepultura. A mulher morava no sítio da família na comunidade rural de ??Lagoa do Capim? no município de Ibirapuã e teve sua causa morte declarada por causas naturais diante de uma infecção generalizada, expedida pelo médico Paulo César Pedro, do Hospital e Maternidade Gercy Gomes, de Nanuque, cidade da região do nordeste de Minas Gerais, mas seu corpo foi sepultado no cemitério do povoado de São Jorge, no município de Mucuri, facilitado pela proximidade do povoado com a comunidade em que morava a vítima.
O enterro aconteceu no início da noite de terça-feira do último dia 20 de novembro. Segundo filho da vítima, o agricultor Expedito Botelho Barbosa, 56 anos, a mãe sofreu uma queda no sítio da família e fraturou o fêmur e passou 9 dias internada em dois hospitais de Nanuque, até que seu óbito foi confirmado, sete dias após a sua transferência para um hospital particular. Mas o que intrigou foi a confissão do coveiro do cemitério. Ele contou que chovia muito no início da noite do enterro e alguns familiares e populares presentes utilizaram lanternas para a realização do sepulto e com o forte temporal, impossibilitou o fechamento total do túmulo, principalmente pela falta de terra.
Na manhã seguinte, dia 21 de novembro, ele retornou ao cemitério para finalizar o serviço, quando teria ouvido as batidas na sepultura. Com medo, André Luiz Conceição teria fugido em disparada e apesar do fato ter sido comunicado aos familiares da aposentada, a família foi orientada que a abertura do túmulo só poderia ocorrer mediante autorização judicial. E ocorrendo a perícia após a exumação no local, os peritos evidenciaram na presença dos familiares da aposentada, que o corpo permanecia do mesmo jeito que foi colocado na cova e nem por asfixia ela teria sido morta no caixão e evidentemente declararam que a mulher foi enterrada em óbito.
O perito médico legal Welson Nascimento disse que a anciã foi sepultada morta e sem a mínima chance de ter tido vida após o ato do seu sepulto. Já o perito criminal Bruno Mello cientificou que o caixão estava trincado em várias partes da tampa (com rachaduras) e foram justamente os estalos das tábuas com o peso da terra molhada, que fez o coveiro ouvir o barulho (a tampa do caixão quebrando), porque a madeira da urna não suportou o peso do barro molhado e ele acabou se confundindo com batidas no caixão. Fora quando o coveiro interpretou que fosse a defunta pedindo para sair e naturalmente, estivesse sido enterrada viva. O delegado Sanney Simões informou que a exumação foi realizada para que se tirasse a dúvida e como nada foi constatado, nada mais tem a que se apurar.
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