Uma organização criminosa em Salvador está sendo investigada pelo Ministério Público da Bahia na Operação “Lei para todos”, com o objetivo de desarticular um esquema ilegal de jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. A investigação foca na lavagem de dinheiro oriundo das atividades ilícitas, que movimentou mais de R$ 5 bilhões entre 2010 e 2020.
O esquema contava com divisões em três núcleos principais: Jogo do Bicho, Máquinas Caça-Níqueis e Bicho Eletrônico. Apesar da separação, os grupos atuavam de forma colaborativa para dominar o mercado ilegal de jogos de azar na Bahia.
O Ministério Público solicitou o bloqueio de mais de R$ 160 milhões em ativos financeiros, veículos, aeronaves, embarcações e imóveis dos envolvidos. A Justiça acatou o pedido e determinou o bloqueio dos bens.
Entre os investigados, estão líderes dos núcleos como Adilson Santana Passos, Adilson Santana Passos Junior, Augusto César Requião da Silva, entre outros. O modus operandi da organização envolvia desde a arrecadação do dinheiro das apostas até sua integração ao sistema financeiro de forma aparentemente legal.
A empresa Cellcred Telecomunicações e Serviços Ltda atuava no núcleo do Jogo do Bicho, recebendo grandes volumes de depósitos em espécie através de uma empresa de transporte de valores, dificultando a identificação da origem do dinheiro.
A movimentação financeira exponencial da Cellcred entre 2010 e 2013 revelou o sucesso do esquema de lavagem de dinheiro. O dinheiro arrecadado era transportado para a “fortaleza do jogo do bicho” e contabilizado para lavagem, utilizando uma intrincada rede de empresas de fachada.
Empresas de primeiro e segundo nível eram utilizadas para introduzir o dinheiro sujo na economia formal e realizar a mescla de recursos ilícitos com lícitos, possibilitando o aumento do patrimônio dos líderes do esquema.
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