A Polícia Federal identificou aproximadamente US$ 500 milhões em bens de luxo adquiridos por Teodoro Obiang Mangue, vice-presidente da Guiné Equatorial e filho do ditador do país. Entre os itens estão quadros de pintores renomados, imóveis em diferentes países, iates, aviões e objetos de Michael Jackson. A investigação aponta para possíveis desvios cometidos por Teodorin durante sua gestão como ministro e vice-presidente, envolvendo dinheiro ilícito de seu país de origem.
A Polícia Federal revelou em um relatório os gastos de cerca de US$ 500 milhões em bens luxuosos adquiridos por Teodoro Obiang Mangue, vice-presidente da Guiné Equatorial e filho do ditador local. Teodorin, como é conhecido, foi indiciado pela PF e denunciado pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro. O levantamento detalha os bens comprados por ele entre 2000 e 2015 em vários países com dinheiro de origem questionável, incluindo obras de artistas renomados como Henri Matisse, Edgar Degas e Renoir, além de imóveis, um avião, iates, objetos de Michael Jackson e itens da coleção pessoal de Yves Saint Laurent. O iate mais caro da lista está avaliado em US$ 150 milhões, seguido por outro barco de US$ 100 milhões.
As investigações, realizadas em cooperação com Estados Unidos, França, Suíça e Portugal, apontaram para desvios de recursos durante os períodos em que Teodorin ocupava cargos governamentais na Guiné Equatorial. Mesmo não sendo o foco inicial da operação, as compras extravagantes realizadas por ele no exterior foram citadas como indicativos de possíveis crimes de lavagem de dinheiro e desvio de verbas em seu país de origem. Nos Estados Unidos, por exemplo, autoridades confiscaram um imóvel, uma aeronave e itens de Michael Jackson que supostamente pertenciam a Teodorin. Já na França, ele foi condenado por lavagem de dinheiro na compra de um imóvel de luxo em Paris por 25 milhões de euros.
Além dos bens mencionados, a lista inclui ainda mais imóveis na França e nos EUA, uma cobertura em São Paulo e itens de luxo apreendidos em Viracopos. A PF destacou que as compras de Teodorin foram feitas com dinheiro ilícito proveniente de atividades ilegais na Guiné Equatorial. A Embaixada da Guiné Equatorial no Brasil não prestou retorno às solicitações de contato para comentar o assunto. O vice-presidente Teodorin, antes ministro da Agricultura e Florestas, teve uma renda anual declarada de US$ 100 mil enquanto suas empresas, em seu nome, receberam cerca de US$ 60 milhões entre 2007 e 2011. Os gastos nesse período, porém, ultrapassaram a casa dos US$ 130 milhões, segundo dados da PF.
A PF concluiu que os recursos utilizados por Teodorin tanto na compra do imóvel em São Paulo quanto na aquisição dos bens de luxo têm origem duvidosa, ligada a práticas ilegais cometidas por ele em seu país natal. A investigação teve início em 2018 no Brasil, ampliada após uma tentativa frustrada de Teodorin de entrar no país com valores altos em dinheiro e relógios de luxo. Diversos outros itens de valor aparecem na lista, totalizando dezenas de milhões de dólares.
Comentários Facebook