A dengue, uma enfermidade viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é uma preocupação global afetando milhões de pessoas, sobretudo em regiões tropicais como o Brasil. O vírus pertencente à família Flaviviridae possui quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Cada sorotipo pode desencadear desde infecções assintomáticas até casos graves da doença, conforme informações do Ministério da Saúde.
Segundo o Ministério, os sorotipos são distintos o suficiente para que a infecção por um deles não confira imunidade aos outros, o que significa que uma mesma pessoa pode contrair dengue até quatro vezes. Ademais, infecções consecutivas aumentam o risco de manifestações mais severas da doença.
O Desafio Representado pelo Sorotipo 3
O sorotipo DENV-3 tem sido identificado recentemente em testes positivos para dengue, especialmente em estados como São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná. Essa ampliação da circulação preocupa autoridades de saúde, visto que o sorotipo não era predominante no país desde 2008, tornando grande parte da população suscetível a ele. O DENV-3 é considerado um dos mais virulentos sorotipos do vírus, com alto potencial para causar formas graves da doença, e estudos indicam sua associação com manifestações mais severas após a segunda infecção.
A introdução de um novo sorotipo em uma população previamente exposta a outros tipos de dengue pode desencadear epidemias significativas, como demonstrado no aumento da incidência entre 2000 e 2002 associado à introdução do DENV-3. Em 2024, o sorotipo predominante no Brasil foi o 1, identificado em 73,4% das amostras.
Medidas de Prevenção e Cuidados
Com a circulação dos quatro sorotipos no país, é crucial intensificar medidas preventivas, especialmente no controle do mosquito transmissor. Eliminação de criadouros, uso de repelentes e instalação de telas protetoras são ações recomendadas. Além disso, é importante estar atento aos sintomas da dengue e buscar assistência médica imediatamente ao suspeitar da doença, sobretudo diante de sinais de alarme como dor abdominal intensa e vômitos persistentes.
Campanha e Conscientização
Com um alto número de casos de dengue e mortes já confirmadas no início de 2025, o ministério reforçou a campanha de conscientização e combate às arboviroses, com destaque para sintomas que devem motivar a procura por unidades de saúde. A vacinação contra a dengue é citada como estratégia preventiva, ainda que a disponibilidade de doses dependa dos fabricantes e atualmente esteja disponível no SUS apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Centro de Operações de Emergência e Diálogo Estratégico
A instalação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses busca coordenar ações preventivas e de resposta, com diálogo constante entre estados, municípios, pesquisadores e instituições científicas. Entre as ações previstas estão adaptações nas redes de saúde para o período sazonal da dengue e medidas preventivas para mitigar riscos e ampliar a prontidão de estados e municípios.
Diante do cenário previsto para 2025 com aumento da incidência da dengue em diversos estados, é essencial uma vigilância criteriosa e ação preventiva ágil para evitar situações críticas. A reunião realizada pela ministra da Saúde visa alinhar estratégias e ações de controle da dengue e outras arboviroses em conjunto com diversos setores da sociedade e entidades relacionadas à saúde.
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