Dólar recua pelo 5º pregão seguido e acumula desvalorização de 2,42% na semana

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O dólar registrou o quinto dia consecutivo de queda, acumulando uma desvalorização de 2,42% na semana. Essa redução contínua foi impulsionada pelo enfraquecimento global da moeda americana, favorecendo o real diante de um cenário internacional menos hostil no comércio, com um tom menos agressivo do presidente dos EUA, Donald Trump. A moeda nacional chegou a se aproximar da marca de R$ 5,90, mas ao final do dia, desacelerou sua queda, encerrando com leve alta devido a ajustes e lucros intraday, além de incertezas em relação a possíveis medidas do governo para conter a alta dos alimentos.

Em um contexto em que o dólar apresentou um dos melhores desempenhos entre as principais moedas emergentes e exportadoras de commodities, o real terminou o dia com ganhos mais modestos em comparação com outras moedas como o peso mexicano e o rand sul-africano.

Com a cotação encerrando em queda de 0,12%, cotado a R$ 5,9186, o dólar à vista alcançou seu menor valor de fechamento desde novembro do ano passado. Após uma desvalorização de 2,42% na semana, a moeda americana acumula no mês uma queda de 4,23% em relação ao real, colocando o Brasil atrás apenas do peso colombiano e do rublo russo em termos de valorização. A postura mais moderada de Trump em questões comerciais gerou um ambiente propício ao risco nos mercados, contribuindo para a valorização do real.

Os analistas apontam que, embora haja indicativos de uma possível continuidade na queda do dólar globalmente, ainda é cedo para afirmar uma tendência definitiva nesse sentido. Questões como a postura futura de Trump e a volatilidade dos mercados permanecem como fatores de incerteza que podem impactar a cotação da moeda. Diante desse cenário, o real pode se beneficiar de uma potencial apreciação, mas o futuro permanece sujeito a mudanças.

Por outro lado, a possibilidade de um retorno do apetite por operações de carry trade, mesmo com a expectativa de uma interrupção no ciclo de queda de juros pelo Federal Reserve, aliada a dados econômicos domésticos como a alta no IPCA-15 de janeiro, contribuem para uma perspectiva de taxas de juros mais elevadas. Contudo, o mercado mantém cautela em relação a medidas governamentais para conter a inflação, como a redução de alíquotas de importação de alimentos, o que gera certa apreensão em relação ao cenário interno.

Em meio a essas incertezas, é necessário aguardar os desdobramentos tanto no cenário internacional quanto nacional para avaliar a sustentação da atual tendência de queda do dólar e possíveis impactos no real, mantendo um olhar atento às decisões do governo e do Federal Reserve, bem como aos indicadores econômicos que podem influenciar o mercado cambial.

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