O governo brasileiro expressou preocupação com as denúncias de perseguição política e desrespeito aos direitos humanos na Venezuela durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). O embaixador Benoni Belli defendeu a manutenção de pontes de diálogo com o regime de Nicolás Maduro, mesmo diante do caos político no país.
A Venezuela enfrentou turbulências políticas desde as eleições presidenciais em julho de 2024, com grande parte da comunidade internacional não reconhecendo a vitória de Nicolás Maduro, acusado de fraude eleitoral. Sob pressão internacional, o regime Maduro intensificou a repressão contra opositores e defensores dos direitos humanos.
Ao discutir o último relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos na Venezuela, Belli reafirmou a preocupação do governo brasileiro com as detenções de lideranças políticas e defensores dos direitos humanos, bem como as ações de intimidação para restringir a liberdade de expressão e manifestação pacífica.
Apesar das críticas, o embaixador ressaltou que a solução para a crise na Venezuela requer o engajamento total dos atores políticos do país, sem isolar o regime de Maduro. Destacou a importância de manter canais de diálogo com as autoridades venezuelanas, alegando que o isolamento anterior resultou na redução da capacidade regional de contribuir para a superação da crise.
O governo brasileiro adotou uma postura pragmática, buscando mediar o diálogo entre o regime chavista e a comunidade internacional, apesar de momentos de tensão diplomática, como a exclusão da Venezuela do bloco dos Brics pelo Brasil em outubro do ano passado.
Embora sem reconhecer formalmente a vitória de Maduro, o governo brasileiro enviou uma embaixadora para a posse do herdeiro político de Hugo Chávez, demonstrando um posicionamento cauteloso diante da complexa situação na Venezuela.
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