O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) decidiu cancelar o registro profissional do geólogo Cesar Grandchamp, envolvido no colapso da barragem de Brumadinho, que resultou na morte de 272 pessoas em 2019. Grandchamp foi um dos responsáveis pelo laudo que atestava a segurança da barragem, elaborado pela consultoria Tüv Süd, indicando um fator de segurança abaixo do aceitável. Com a revogação de seu registro, ele está impedido de exercer atividades profissionais sob supervisão do Crea-MG, de acordo com a Lei Federal 5.194/1966.
Apesar de não terem sido divulgadas as razões específicas para o cancelamento, Grandchamp admitiu durante seu depoimento que confiou na análise da Tüv Süd, não possuindo especialização em barragens. Isso pode ter pesado na decisão do conselho. No processo criminal, ele é um dos 16 denunciados, juntamente com 11 pessoas ligadas à Vale e cinco à Tüv Süd. O caso foi federalizado em 2023 e está em fase de defesa. Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) impôs uma multa de R$ 27 milhões a Gerd Peter Poppinga, ex-diretor da Vale, por falhas na supervisão da segurança da barragem.
Até o momento, não há informações sobre eventuais sanções a outros envolvidos no caso. No desastre anterior de Mariana, em Minas Gerais, três registros foram cancelados, mas não houve condenações no processo criminal. Acompanhando a situação de perto, a sociedade aguarda por desdobramentos futuros em relação a este caso que impactou a região de Brumadinho de forma devastadora.
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