Friedrich Merz, líder nas pesquisas de opinião na Alemanha, surpreende ao considerar o apoio da legenda de extrema direita AfD para fortalecer sua ofensiva anti-imigração. O candidato, representante da CDU, defende a imediata implementação de medidas mais rígidas sobre imigração, mesmo que isso signifique contar com votos da polêmica AfD, conhecida por membros sob investigação por discurso de ódio e neonazismo.
O gesto de Merz, embora ele afirmasse não olhar para esquerda ou direita, provocou debates sobre a quebra de um tabu na política alemã, já que a Alternativa para Alemanha nunca foi incluída em discussões ou acordos com outras legendas desde sua formação em 2013. O termo “Brandmauer”, que em alemão sugere uma porta anti-incêndio, ilustra esse isolamento que poderia ser rompido com essa nova estratégia.
A reação negativa não tardou, com críticas da oposição à atitude de Merz. O receio de que tal ação possa abrir precedentes para uma cooperação mais estreita com a AfD ganhou força, gerando comparações com situações políticas similares, como na Áustria. A história do Partido da Liberdade (FPO) na Áustria serve de alerta, mostrando como a aproximação com partidos extremistas pode ter consequências graves.
A retórica focada na questão imigratória parece ser uma estratégia comum entre os candidatos, porém, a abordagem de Merz tem sido alvo de críticas por supostamente atrair eleitores da AfD com discursos semelhantes aos de Donald Trump. Mesmo liderando as pesquisas, com a CDU mantendo cerca de 30% de intenções de voto, Merz enfrenta a ascensão da AfD, que já alcança os 20% nas pesquisas, rivalizando com a posição do SPD, partido do atual primeiro-ministro.
As eleições na Alemanha estão agendadas para 23 de fevereiro, e a postura de Merz em relação à extrema direita pode ter um impacto significativo no desfecho do pleito.
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