No primeiro depoimento de sua colaboração premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, Chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro, mencionou que a ala mais radical do grupo defensor de um golpe de Estado no Brasil incluía a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
De acordo com Cid, Michelle e Eduardo estariam constantemente instigando o ex-presidente para a tomada de ações golpistas, afirmando que ele contava com o apoio popular e dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores). No entanto, posteriormente, as investigações da Polícia Federal não incluíram os nomes de Michelle e Eduardo entre os 40 indiciados no caso.
Embora Eduardo tenha sido citado como contato no celular de um dos investigados, tanto ele quanto Michelle negaram qualquer envolvimento em atividades pró-golpe. Enquanto a defesa de Michelle classificou as acusações como “absurdas”, Eduardo descreveu a delação de Cid como “devaneio” e “fantasia”.
O relatório final da PF, concluído em novembro de 2024, aponta que apenas Felipe Martins e Mario Fernandes foram indiciados, embora outros nomes mencionados por Cid, como Jorge Seif, Magno Malta e os senadores, tenham sido ligados ao grupo pró-golpe, liderado por Bolsonaro.
O depoimento de Cid revelou a existência de três grupos distintos em torno de Bolsonaro no final de 2022: um buscava sua liderança na oposição, outro era contrário a medidas extremas, e um terceiro defendia ações golpistas, incluindo a manipulação de decretos de exceção. Entre os nomes citados nesta ala mais radical estavam Felipe Martins, Onyx Lorenzoni, Gilson Machado, entre outros.
A situação política envolvendo Michelle e Eduardo, atualmente cotados para a presidência em 2026, permanece delicada após as revelações do depoimento de Cid, que segue sob análise da Procuradoria-Geral da República.
Diante da complexidade desse cenário, cabe à sociedade refletir sobre os possíveis desdobramentos e impactos dessas revelações.
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