Ainda estou aqui: por que indústria do cinema voltou a bombar no país

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A indústria cinematográfica brasileira está em ascensão, e o filme “Ainda Estou Aqui” está no centro desse renascimento. A poucos dias da premiação do Oscar, em 2 de fevereiro, o setor comemora as três indicações recebidas pela produção dirigida por Walter Salles. Além do reconhecimento internacional, o cinema nacional vive um momento de destaque, com resultados positivos desde o início da pandemia de Covid-19.

No último ano, o faturamento das bilheterias brasileiras atingiu a marca de R$ 2,5 bilhões, representando um crescimento de 10% em relação a 2023. Com mais de 125 milhões de espectadores em 2024, o público dos cinemas no Brasil cresceu 9,6% em comparação ao ano anterior. Os filmes nacionais também tiveram um desempenho excepcional, com 12,6 milhões de espectadores e uma arrecadação superior a R$ 220 milhões.

Produções como “O Auto da Compadecida 2” e “Minha Irmã e Eu” impulsionaram as vendas de ingressos, contribuindo para um aumento significativo no público do cinema brasileiro. A participação dos filmes nacionais na bilheteria total do país passou de 5% para 10% em 2024, demonstrando a crescente valorização das produções locais.

Com o sucesso de “Ainda Estou Aqui” e a expectativa em torno do Oscar, o setor cinematográfico brasileiro já contabilizava quase 10 milhões de espectadores até o final de janeiro de 2025, com uma arrecadação parcial de R$ 204,2 milhões.

Apesar dos números promissores, a indústria cinematográfica ainda busca recuperar o patamar pré-pandemia. Em 2019, mais de 177,2 milhões de pessoas frequentaram os cinemas no Brasil, gerando uma bilheteria de R$ 2,8 bilhões. A Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas prevê que somente em 2027 o setor poderá atingir os níveis de 2019.

A euforia atual do cinema nacional contrasta com a preocupação da indústria em relação a possíveis oscilações de público após o sucesso momentâneo de “Ainda Estou Aqui”. Marcos Barros, presidente da Abraplex, destaca a importância de políticas de Estado consistentes e duradouras para manter o crescimento sustentável do setor, evitando períodos de instabilidade.

A pirataria representa um desafio adicional para a indústria cinematográfica brasileira, prejudicando a rentabilidade das salas de cinema. Marcos Barros ressalta a urgência de combater a disseminação ilegal de conteúdos, que impacta diretamente a experiência do público e a economia do setor.

A adoção da Lei da Cota de Tela em 2025 impulsionou ainda mais a indústria cinematográfica nacional. Esta legislação estabelece a exibição obrigatória de filmes brasileiros proporcionalmente ao número de sessões de cada complexo de cinema, visando fortalecer a produção local e ampliar a diversidade de conteúdos disponíveis ao público.

Com um olhar para o futuro, a indústria brasileira do cinema busca se manter competitiva e sustentável, com a revisão dos modelos de financiamento e fomento para garantir o sucesso comercial das produções. O reconhecimento internacional de “Ainda Estou Aqui” e a trajetória ascendente do cinema nacional refletem o potencial e a relevância da indústria cinematográfica brasileira no cenário global.

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