São Paulo — Em uma situação pouco comum, um protesto liderado por motociclistas nesta segunda-feira (3/2) em São Paulo, em prol da regulamentação do serviço de mototáxi por aplicativo na cidade, uniu vereadores de espectros ideológicos distintos.
Presentes no evento estavam as vereadoras Luana Alves e Amanda Paschoal, do PSol, juntamente com o vereador bolsonarista Lucas Pavanato (PL). O protesto teve início por volta das 9h, partindo da praça Charles Miller, na zona oeste, e seguindo até a sede da Câmara Municipal, no centro da cidade.
Enquanto Pavanato expressa seu apoio à liberação do serviço e critica a proibição vigente, as vereadoras do PSol defendem a necessidade de debater o tema na Câmara, com participação da sociedade. Elas também criticam as ações da gestão Ricardo Nunes (MDB) em apreender motocicletas dos profissionais e aplicar multas.
“Essa questão é complexa e desafiadora, não há respostas simples. A gestão Ricardo Nunes alega preocupação com a segurança, justificando assim a proibição. No entanto, essa mesma gestão nunca demonstrou preocupação com a segurança dos entregadores, por exemplo. Nunca mencionou a obrigatoriedade de equipamentos individuais ou a punição de empresas com altos índices de acidentes. Agora, de repente, surge essa preocupação. Os trabalhadores merecem ser ouvidos”, afirma Luana Alves, em um vídeo compartilhado em suas redes sociais.
O tema se tornou objeto de disputa judicial entre as empresas 99 e Uber e o prefeito Ricardo Nunes, após os aplicativos começarem a oferecer o serviço de mototáxi mesmo diante da proibição municipal. A modalidade foi suspensa por decisão judicial na última segunda-feira (27/1).
Desde o início da controvérsia, Pavanato tem se destacado nas críticas ao prefeito e já havia liderado a primeira manifestação dos motociclistas em 21 de janeiro.
Esse assunto será um dos principais temas em debate no retorno das atividades na Câmara Municipal, que acontece nesta terça-feira (3/2).
Enquanto Pavanato e Kenki Palumbo (Podemos) apresentaram um projeto de lei buscando regularizar e liberar o serviço, o vereador Marcelo Messias (MDB), aliado do prefeito, propôs um PL que proíbe a atividade considerando os atuais índices de acidentes fatais envolvendo motociclistas.
A vereadora Amanda Paschoal (PSol) solicitou a realização de uma audiência pública na Câmara para discutir o assunto, marcada para a próxima sexta-feira (7/2).
É interessante observar como um tema tão importante pode reunir políticos de diferentes vertentes em busca de um consenso em benefício da população da cidade de São Paulo.
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