Cientistas do Inca alertam para desinformação sobre câncer

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No Dia Mundial do Câncer, os pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca) chamam a atenção para o alarmante cenário de desinformação disseminado nas redes sociais sobre a doença. Um estudo recente publicado na Revista Brasileira de Cancerologia ressalta os perigos associados à propagação em larga escala de informações falsas sobre o câncer, configurando o que é conhecido como infodemia.

O conceito de infodemia, delineado por especialistas e endossado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), emergiu com destaque durante a pandemia de Covid-19. Este termo destaca o momento em que informações de saúde, verídicas ou não, ganham relevância exponencial, impactando diretamente na disseminação de conhecimento sobre a doença.


Rio de Janeiro (RJ), 04/02/2025 – O pesquisador da coordenação de prevenção e vigilância do Instituto Nacional de Câncer (INCA), Fernando Lopes Tavares de Lima durante o evento do Dia Mundial do Câncer, na instituição, na zona norte do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Desinformação sobre o câncer gera grande risco para a sociedade, diz o pesquisador do Inca Fernando Lima – Tomaz Silva/Agência Brasil

Os pesquisadores enfatizam que as redes sociais dificultam a distinção entre informações embasadas em evidências científicas e a desinformação. Essa falta de clareza pode impactar as decisões individuais de cuidados com a saúde, podendo resultar em atrasos no tratamento e diagnóstico, complicando a evolução dos casos de câncer.

A infodemia do câncer abrange desde mitos sobre as causas da doença até a promoção de medidas preventivas e tratamentos não comprovados, incentivando ações sem embasamento científico. Dentre os exemplos destacados, a desinformação sobre a vacina contra o HPV e a segurança dos cigarros eletrônicos são alarmantes.

É crucial combater essas falsas narrativas, como a propagação de tratamentos alternativos sem comprovação de eficácia, que representam riscos significativos para a saúde da população. Portanto, a disseminação acelerada dessas informações questionáveis pelas redes sociais demanda um monitoramento constante e ações imediatas para esclarecer e educar a sociedade.

Nesse sentido, a regulação e responsabilização das plataformas de mídias sociais, juntamente com respostas institucionais robustas diante da desinformação, são medidas necessárias para combater essa crescente problemática e promover a saúde pública com informações confiáveis e embasadas cientificamente.

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