PF: bando usou “idosos de aluguel” para sacar R$ 23 mi em benefícios

Publicado:

Uma segunda fase da Operação Melhor Idade, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com o Núcleo de Inteligência Previdenciária, revelou um sofisticado esquema fraudulento envolvendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC) destinado a idosos. O grupo criminoso, com atuação em vários estados, causou um prejuízo de pelo menos R$ 23 milhões aos cofres públicos.

A organização, que possuía uma estrutura bem definida e dividida em funções, falsificava diversos documentos, como Certidões de Nascimento, Carteiras de Identidade, Títulos Eleitorais e CPFs, a fim de criar identidades fictícias de idosos com mais de 65 anos, idade mínima exigida para a concessão do benefício assistencial.

Um dos principais mecanismos desse esquema era o uso dos “idosos de aluguel”, indivíduos que cediam suas características biométricas, como impressões digitais e fotografias, para conferir legitimidade aos documentos falsificados. Em alguns casos, uma mesma pessoa era encontrada em mais de 30 identidades distintas.

A Justiça Federal determinou uma série de medidas cautelares, incluindo busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias, cancelamento de CPFs fraudulentos, suspensão de benefícios indevidos e sequestro de bens.

Desdobramentos da Investigação
Na etapa anterior da operação, realizada em 23 de janeiro de 2024, três pessoas foram detidas, além da apreensão de documentos falsos, celulares e extratos bancários. A análise desses materiais revelou movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos envolvidos, bem como indícios de lavagem de dinheiro. Novos benefícios fraudulentos foram descobertos, demonstrando a expansão da participação de outros membros na organização criminosa.

Mesmo após a primeira fase da operação, os criminosos persistiram nos saques dos benefícios fraudulentos. Diante disso, a Polícia Federal, nesta nova fase, cumpriu novos mandados contra 16 suspeitos em quatro estados: Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.

Até o momento, foram identificados 21 “idosos de aluguel” que contribuíram para a criação de cerca de 285 CPFs e Títulos Eleitorais falsos. Esses documentos eram usados para abrir contas bancárias e se cadastrar fraudulentamente no Cadastro Único do Governo Federal, permitindo a obtenção de aproximadamente 259 benefícios do BPC, que garantem um salário-mínimo por mês aos beneficiários.

O grupo também se aproveitava da margem consignável dos benefícios para contrair vários empréstimos, agravando ainda mais o prejuízo aos cofres públicos. O impacto financeiro da fraude é estimado em R$ 23 milhões, porém, com a atuação da Polícia Federal, foi possível evitar um prejuízo adicional de R$ 35 milhões.

As investigações prosseguirão para identificar outros cúmplices e desarticular por completo essa organização criminosa.

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Mumuzinho entra na Justiça contra ex e cobra prestação de contas de pensão alimentícia dada ao filho

O cantor Mumuzinho decidiu levar a questão da pensão alimentícia à Justiça, buscando esclarecimentos sobre a destinação dos valores pagos à sua ex-companheira,...

Cartório de Salvador acumula quase 8 mil processos paralisados e é alvo de cobrança do CNJ e do TJ-BA

O 1º Cartório Integrado Cível de Salvador encontra-se em uma situação...

Mãe denúncia creche após filho chegar em casa com machucados. Veja

Amanda Lacerda, uma mãe preocupada, decidiu romper o silêncio após seu filho de apenas 1 ano voltar para casa com marcas visíveis de...