O petróleo, o capital financeiro e as Big Techs representam os pilares do poder moderno, cada um exercendo sua influência de maneira única. Em uma analogia com a mitologia grega, as Big Techs são associadas ao “dragão moderno”, um símbolo de controle social semelhante à luta de São Jorge contra o dragão que assola um vilarejo.
Elon Musk, ao assumir um fictício “Departamento de Eficiência Governamental”, promove uma purga ideológica digna de George Orwell em “1984”, onde a vigilância constante do “Grande Irmão” define um cenário de demissões para quem se opõe ao regime. Nesse contexto, Trump personifica o Big Capital, adotando medidas protecionistas que, longe de beneficiar a economia americana baseada na eficiência, reforçam os interesses do petróleo, do capital financeiro e das Big Techs.
O declínio de impérios ao longo da história frequentemente esteve associado a conflitos armados. Após a Revolução Industrial, presenciamos o segundo declínio de uma nação, refletido na perda de hegemonia econômica dos Estados Unidos. Enquanto o PIB americano diminui em relação ao PIB global, a ascensão da China se destaca, reconfigurando o equilíbrio de poder global.
Enquanto as classes médias, o voto latino e parte da classe empresarial que apoiaram Trump enfrentam a dura realidade de suas expectativas frustradas, a concentração de riqueza nas mãos de poucos se torna ainda mais evidente. A influência do capital sobre o cenário político revela a dinâmica de “quem manda” e “quem obedece” nesta nova ordem mundial.
Como prevê Wright Mills em “The Power Elite”, o capital dita as regras enquanto os políticos executam. E, como resultado, as verdadeiras consequências desse cenário estão por se desdobrar diante de nós.
Ricardo Guedes é Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago e Autor
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