Líderes do centrão descartam, por enquanto, abandonar o governo de Lula, porém aumentam a pressão para que o presidente promova uma reforma ministerial. Isso se intensificou após a divulgação de pesquisa Datafolha que indicou uma queda significativa na aprovação do presidente.
Desde o segundo semestre do ano passado, especula-se sobre uma possível reorganização dos ministérios. Com a crise de popularidade de Lula, membros dos partidos aliados no Congresso Nacional temem que eles percam o interesse em assumir cargos ministeriais.
Se a reforma não for realizada, a relação com os parlamentares poderá se deteriorar consideravelmente, o que comprometeria a aprovação das pautas do governo.
A pesquisa Datafolha revelou que a aprovação de Lula despencou de 35% para 24% em dois meses, atingindo um patamar inédito em suas três passagens pela presidência. A reprovação também atingiu um recorde, subindo de 34% para 41%. Já aqueles que consideram o governo regular passaram de 29% para 32% desde a última pesquisa, em dezembro passado.
A urgência da reforma ministerial se deve a dois principais motivos: os possíveis substitutos estão aguardando há meses por definições, causando desgaste com os aliados, e o prazo de desincompatibilização para as eleições do próximo ano se aproxima, o que tornaria ainda mais apertado o tempo para novas nomeações.
Diante desse cenário, líderes de partidos aliados de Lula defendem que a reforma seja concluída até o Carnaval, enquanto o Congresso ainda está em recesso, para evitar um início conturbado no ano legislativo.
A necessidade de uma reforma ministerial mais abrangente é ressaltada por lideranças do centrão, uma vez que consideram Lula politicamente fragilizado e acreditam que mudanças estruturais são imprescindíveis em seu governo.
NOVO DATAFOLHA
Uma das primeiras mudanças defendidas pelo centrão é a substituição de alguns ministros petistas, como forma de desvincular o governo de Lula do Partido dos Trabalhadores. Neste sentido, a Casa Civil, a Secretaria-Geral e a Secretaria de Relações Institucionais, ocupadas por correligionários, são apontadas como alvos.
Embora haja críticas à coordenação do governo, a troca do chefe da Casa Civil parece improvável, mas a transferência de Alexandre Padilha para a Saúde, em substituição a Nísia Trindade, tem sido considerada como uma alternativa.
Além disso, o centrão propõe mudanças em ministérios que enfrentam problemas em políticas sociais, como Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Agrário e Educação, com o intuito de acelerar a entrega de medidas prometidas à população.
Enquanto o governo enfrenta desafios, como a crise de popularidade e ataques da oposição, Lula e seus aliados buscam soluções para reverter o cenário, reconhecendo a importância de aprimorar a comunicação e cumprir as promessas feitas à população.
É crucial para o governo atender às demandas da sociedade, melhorar a comunicação de suas ações e promover mudanças estruturais visando restaurar a confiança do eleitorado e fortalecer sua posição para as eleições futuras.

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