No âmbito do acordo de delação premiada com a Polícia Federal, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Barbosa Cid, compartilhou que, por uma questão de hierarquia, adotou uma postura de proteção em relação ao ex-ministro Braga Netto em suas primeiras declarações.
Questionado pelo delegado da Polícia Federal Fábio Shor sobre a ausência de menção à “participação efetiva” de Braga Netto nos planos, especialmente no contexto do financiamento dos militares, Mauro Cid explicou que não agiu por receio, mas sim por um profundo respeito à hierarquia.
“Não por causa disso [receio] efetivamente, mas pelo respeito que a gente tem com uma autoridade, um general Quatro Estrelas, que às vezes é muito caro, dosa muitas palavras para evitar estar acusando ou falando de uma autoridade, ainda mais um general Quatro Estrelas. […] Mais pelo íntimo interno, do ethos militar”, ressaltou Cid.
Quebra de Sigilo
- O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes levantou o sigilo do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dia após o ex-presidente e outras 33 pessoas serem denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
- A delação do tenente-coronel foi uma das evidências utilizadas na denúncia, e a decisão de levantar o sigilo foi tomada por Moraes.
Braga Netto, general do Exército e ex-ministro da Defesa do governo de Bolsonaro, é detentor da patente mais alta das Forças Armadas, superior à de Mauro Cid. Ele foi candidato à vice-presidência na chapa de reeleição do ex-presidente e foi na residência do general que militares se reuniram em 2022 para discutir os próximos passos do plano, conforme apontado pela investigação da PF.
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