Caso do menino perfurado por agulhas terá segunda audiência

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Durou oito horas (das 10h às 18h) a primeira audiência de instrução e julgamento do processo referente ao caso do menino de dois anos que teve cerca de 50 agulhas inseridas no corpo, realizada hoje, dia 4, no Fórum da Comarca de Ibotirama (a 648 km de Salvador). Na oportunidade, o juiz Oclei Alves dos Santos e os promotores de Justiça Márcio do Carmo Guedes (titular da Promotoria de Justiça da Comarca de Angical) e Eduardo Antônio Bittencourt Filho (titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Barreiras) ouviram onze testemunhas, oito das quais arroladas pelo Ministério Público estadual e três pela ré Angelina Capistana dos Santos, a suposta amante do ex-padastro do menino, Roberto Carlos Magalhães Lopes, conhecido como ??Bertinho?, que, em interrogatório, declarou que Angelina ajudava-o a introduzir as agulhas no garoto durante rituais de magia negra. Conforme informou o promotor de Justiça Márcio Guedes, uma das testemunhas ouvidas apontou o nome de uma senhora, de prenome ??Coca?, que deverá ser arrolada como testemunha e ouvida numa audiência a ser ainda marcada. Somente depois do juiz e dos representantes do MP ouvirem a nova testemunha é que será decidido se Angelina irá ou não a júri popular, esclareceu Márcio Guedes.

Guedes informou ainda que uma psicóloga conversou com o menino que se encontrava numa sala do fórum a fim de verificar se ele teria condições de falar durante a audiência, concluindo que a criança não tinha condições para tal. Durante a audiência, o advogado de defesa de Angelina pediu a revogação da prisão preventiva da ré – que se encontra presa em Ibotirama desde dezembro -, pedido que será analisado e decidido posteriormente pelo juiz, em conjunto com os promotores de Justiça.

Roberto Carlos e Angelina foram denunciados ao juízo da Vara Criminal de Ibotirama pela promotora de Justiça Mariana Tejo de Oliveira (titular da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Seabra), por tentativa de homicídio qualificado, sendo a denúncia recebida pelo juiz Antônio Marcos Tomaz Martins no início de janeiro. Na denúncia, a representante do Ministério Público assinalou que os acusados tentaram matar a criança por motivo fútil e utilizando-se de um meio cruel. De acordo com Mariana Tejo, eles queriam vingar-se da mãe do menino porque ela estava discutindo com o padastro por sentir ciúmes de Angelina em virtude de desconfiar da existência de envolvimento amoroso entre os acusados. A promotora de Justiça lembrou ainda que o próprio Roberto Carlos confessou o crime durante interrogatório realizado na Delegacia de Ibotirama, oportunidade em que contou que saía para passear com o enteado e o levava para a residência de Angelina a fim de efetivar o ritual de magia negra, introduzindo de três a quatro agulhas no corpo da criança por vez. Mariana Tejo acrescentou que a intenção de Bertinho era matar o menino para se vingar da mãe e manter um relacionamento amoroso com Angelina. O menino passou por três cirurgias em Salvador, recebendo alta do Hospital Ana Néri em 22 de janeiro último. Roberto Carlos não foi ouvido pois aguarda autorização para exame de sanidade mental, a ser realizado em Salvador.


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