Quem avisa amigo é: Bolsonaro vai fugir. É só uma questão de tempo

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Tudo o que testemunhamos na televisão em 8 de janeiro de 2023 foi um ato caótico envolvendo milhares de pessoas descontentes com a derrota de Bolsonaro. Invadiram a Praça dos Três Poderes, vandalizaram prédios do Congresso, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, para depois serem conduzidas pela Polícia Militar de volta, assegurando a aparente calma.

No entanto, defensores do ex-presidente querem fazer crer que, naquele momento, Bolsonaro estava tranquilamente a milhares de quilômetros de distância de Brasília, num condomínio nos Estados Unidos. Seu ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, de férias do cargo de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, também estava nos EUA. Mais tarde, descobriu-se na casa de Torres um esboço do golpe.

Mas que golpe era esse? O episódio que testemunhamos perplexos em 8 de janeiro ou a trama que Bolsonaro vinha urdindo desde três meses antes das eleições? Em julho de 2022, durante uma reunião ministerial presidida por ele, Bolsonaro mencionou o “uso da força como alternativa a ser implementada, se necessário”. Logo após um comentário do general Augusto Heleno, Ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República:

“O que deve ser feito deve ser antes das eleições. Se for necessário bater na mesa, é antes das eleições. Se precisar virar a mesa, é antes das eleições”.

O conselho do general não foi seguido ou não teve desdobramentos por motivos ainda desconhecidos. Contudo, assim que a vitória apertada de Lula se concretizou, teve início a trama para impedir a posse do presidente eleito. Acampamentos de golpistas foram montados diante de quartéis pelo país, houve ataques à sede da Polícia Federal em Brasília, um caminhão foi preparado com explosivos para danificar uma parte do aeroporto da cidade e pressão sobre os militares.

Todos esses eventos foram minuciosamente detalhados na denúncia da Procuradoria-Geral da República, baseada na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, nos depoimentos dos comandantes do Exército e da Aeronáutica que se recusaram a aderir ao golpe, e nas evidências coletadas pela Polícia Federal. Mais revelações virão em momento oportuno, visto que as investigações ainda estão em curso.

Bolsonaro confessou em entrevistas que considerou a imposição do estado de defesa e de sítio, previstos na Constituição para situações de grave ameaça à ordem pública. Ele, juntamente com a concordância dos chefes militares, prolongou a permanência dos acampamentos na esperança de manter-se no poder. Ao partir para os Estados Unidos, deixou a conspiração golpista em andamento, sem conclusão.

Aguardam Bolsonaro, já inelegível até 2030, condenações e prisão por golpe de Estado e tentativa violenta de subverter o Estado Democrático de Direito; além disso, será processado por roubo de joias presenteadas ao Brasil por governos estrangeiros e falsificação de certificado de vacina contra a Covid-19. Ele pode até menosprezar a prisão, mas não conseguirá evitá-la.

Bolsonaro se autointitula vítima de perseguição política e, como tal, prepara-se para o exílio. Logo, adentrará a embaixada de um país sem tratado de extradição com o Brasil e solicitará asilo. A prisão preventiva é a única barreira para essa movimentação. As condições para tal detenção estão postas, à espera da Justiça quando decidir enxergar, e fechar os olhos quando lhe convém.

O carnaval se aproxima. No último ano, Bolsonaro permaneceu dois dias na embaixada da Hungria durante a festa. Saiu de lá por vontade própria. Foi um ensaio para uma possível fuga.

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