Na última segunda-feira (24), dois líderes da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM) foram capturados em Jandira, região metropolitana de São Paulo. Paulo da Silva Pereira, conhecido como Paulo Doquinha, e Vanginaldo Ribeiro Nunes Filho estavam foragidos da Justiça da Bahia e receberam apoio do Primeiro Comando da Capital (PCC) durante três meses. A cooperação entre as organizações criminosas consistiu no BDM atuando como braço armado e logístico do PCC no estado.
Os suspeitos foram encontrados em um imóvel no bairro Jardim Javaes, onde foram apreendidas porções de cocaína, crack e maconha, escondidas em uma caixa de som. Ambos foram presos conforme mandados de prisão emitidos pela Justiça baiana e também autuados em flagrante por tráfico de drogas.
O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo revelou que Paulo Doquinha e Vanginaldo Ribeiro fugiram da Bahia para evitar a prisão, porém, continuavam liderando as ações do BDM no estado, desencadeando um conflito violento pelo controle das atividades criminosas, resultando em várias mortes.
A operação foi conduzida pela Polícia Civil de São Paulo em colaboração com as autoridades baianas, que contribuíram na identificação dos suspeitos e na confirmação de sua associação com o PCC. Até o momento, a defesa dos detidos não foi localizada.
Contexto do BDM
O surgimento do Bonde do Maluco (BDM) remonta a 2015, originando-se no Complexo Penitenciário da Mata Escura em Salvador, como uma dissidência da facção criminosa Caveira. Paralelamente, a aliança entre o BDM e o Primeiro Comando da Capital (PCC) se fortaleceu a partir de 2016, refletindo-se no aumento significativo das apreensões de cocaína na Bahia, passando de pouco mais de 800 quilos para cerca de oito toneladas em um espaço de quatro anos, de acordo com a Polícia Federal (PF).
Uma fonte da Secretaria da Segurança Pública da Bahia destacou que “O PCC atua na Bahia […] como aliado do Bonde do Maluco, que é uma facção bem estruturada aqui”, ressaltando a importância estratégica do estado, com suas rotas de tráfico de drogas e infraestrutura portuária propícias para atividades ilícitas.
Segundo um relatório do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o BDM é a principal facção criminosa atuante na Bahia, com ao menos 14 grupos organizados dentro do sistema prisional do estado.
A captura dos líderes do BDM representa um golpe significativo contra o crime organizado. A colaboração entre as forças de segurança dos estados de São Paulo e Bahia é crucial para desarticular redes criminosas complexas e garantir a segurança da população. É fundamental continuar monitorando e combatendo ativamente essas facções para preservar a ordem e a paz públicas.
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