Um triste episódio marcou a noite de segunda-feira (10) na comunidade Terra à Vista, na Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, em Porto Seguro, Bahia, com o assassinato a tiros do indígena Pataxó Vitor Braz. Além dele, outro membro da comunidade foi ferido e passou por procedimento cirúrgico no mesmo ataque. Esse ocorrido aconteceu às vésperas de uma audiência pública em Brasília que discutiria a demarcação de diversas TIs, incluindo a Barra Velha do Monte Pascoal.
Em um ato simbólico de honra à memória de Vitor Braz, cerca de 300 indígenas Pataxó e Tupinambá participam da audiência promovida pelo Ministério Público Federal, que iniciou com um minuto de silêncio em solidariedade ao indígena assassinado.
O Conselho de Caciques Pataxó TI Barra Velha de Monte Pascoal (Conpaca) divulgou uma declaração responsabilizando fazendeiros pelo ataque, afirmando que Vitor Braz foi “cruelmente assassinado por pistoleiros em um ataque orquestrado por fazendeiros”. Este trágico episódio se insere em um contexto de violência recorrente contra as comunidades Pataxó, que lutam pela demarcação de suas terras.
A violência recente se junta a casos anteriores, como o assassinato do adolescente Gustavo Pataxó na TI Comexatibá em setembro de 2022 e a morte de dois jovens Pataxó na TI Barra Velha do Monte Pascoal três meses depois. Em ambos os eventos, policiais militares estão sendo investigados.
A TI Barra Velha do Monte Pascoal, delimitada pela Funai em 2008, engloba partes de quatro municípios baianos e tem sido palco de intensas manifestações dos Pataxó em busca de seus direitos territoriais, através de ocupações e retomadas de suas terras historicamente ocupadas.
Esses tristes episódios reforçam a urgência de se garantir a segurança e a proteção das comunidades indígenas, respeitando seus direitos ancestrais e promovendo a justiça perante essas violações.
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