Perfil da Dengue: Jovens e Pardos mais Vulneráveis à Doença na Bahia
Durante as primeiras semanas de 2025, a Bahia enfrentou um aumento significativo de casos de dengue, com a maioria dos infectados sendo jovens entre 15 e 29 anos e pessoas pardas, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O estado registrou mais de 8.353 casos prováveis da doença até o momento.
Em uma entrevista com o Pesquisador da Fiocruz na Bahia e professor da UFBA, Guilherme Ribeiro, discutiu-se o cenário epidemiológico do estado após um ano de aumento dos casos no país. Em fevereiro deste ano, foram registrados 4.402 casos prováveis, com um coeficiente de incidência de 56,3 infectados a cada 100 mil habitantes, indicando uma diminuição na transmissão se comparado aos números de 2024.
Ribeiro explicou que a dengue é uma doença cíclica, com períodos de epidemia e transmissão endêmica, afetando principalmente os jovens. Os dados do Ministério da Saúde mostram que os grupos mais atingidos são os jovens entre 20 e 29 anos, seguidos pelos adolescentes de 15 a 19 anos e adultos de 30 a 39 anos. Essa vulnerabilidade é explicada pela exposição prévia ao vírus, conferindo imunidade a grupos mais velhos.
Em relação aos casos mais jovens, a exposição limitada ao vírus os torna mais suscetíveis. O ambiente urbano favorece a transmissão da doença, especialmente em locais densamente povoados, onde o mosquito Aedes aegypti se reproduz em recipientes artificiais de água.
Nas áreas urbanas da Bahia, onde a maioria da população se identifica como parda ou preta, a transmissão da dengue é intensificada. A falta de infraestrutura adequada, como coleta de lixo deficiente, abastecimento irregular de água e drenagem ineficiente, contribui para a propagação do mosquito transmissor.
Apesar das particularidades de cada região, o cenário nacional da dengue reflete a situação na Bahia, com quase 570 mil casos prováveis no país, representando uma redução significativa em relação a 2024. A Bahia é o 15º estado com relação ao coeficiente de incidência, enquanto Acre e São Paulo lideram a lista.
Diante disso, é fundamental conscientizar a população sobre medidas preventivas e a importância da colaboração de todos para combater a proliferação do mosquito transmissor da dengue.
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