Parte dos militares considerava Sarney um traidor, diz historiador

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Em 15 de março de 1985, José Sarney assumiu a Presidência da República em um momento histórico para o Brasil, saindo de um regime militar de 21 anos. No entanto, sua ascensão ao poder não foi sem conflitos, pois parte dos militares o considerava um traidor.

Após a morte de Tancredo Neves, Sarney precisou lidar com desconfianças e oposições internas, uma vez que era visto como um quadro ligado ao regime militar até junho de 1984. A transição do poder para um civil gerou incertezas, especialmente entre as Forças Armadas, que questionavam sua lealdade.

Apesar dos desafios, Sarney assumiu a Presidência e teve que equilibrar a construção de seu governo com os acordos políticos estabelecidos por Tancredo. Seu papel era vital na reconstitucionalização do país e no enfrentamento da grave crise econômica, com inflação descontrolada.

A personalidade conciliadora e as habilidades políticas de Sarney foram fundamentais para garantir a estabilidade durante a transição. Mesmo com heranças econômicas complicadas, como a inflação galopante, ele conduziu o país até a promulgação da Constituição de 1988, consolidando a mudança para um regime democrático.

A trajetória de Sarney revela a complexidade dos momentos de transição política e econômica que o Brasil enfrentou. Sua capacidade de negociar com diferentes atores e preservar a estabilidade institucional foi crucial para a consolidação da democracia no país.

VEJA MOMENTOS IMPORTANTES DA TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA

  • Junho de 1984: Sarney deixa o PDS e se une à Frente Liberal, opondo-se às decisões de Figueiredo.
  • Agosto de 1984: Tancredo e Sarney são escolhidos como chapa para a Presidência.
  • 15 de janeiro de 1985: Vitória da chapa no Colégio Eleitoral.
  • 14 de março de 1985: Tancredo é hospitalizado, e Sarney toma posse interinamente.
  • 21 de abril de 1985: Tancredo falece, e Sarney é efetivado como presidente.
  • 1º de fevereiro de 1987: Início da Assembleia Constituinte.
  • 5 de outubro de 1988: Promulgação da Constituição vigente.

A atuação de José Sarney durante a transição foi determinante para a consolidação democrática do país e para enfrentar os desafios econômicos da época. Sua experiência política e capacidade de diálogo foram essenciais para guiar o Brasil nesse momento crucial de sua história.

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