Há mais de uma década, a Grécia enfrentou sua maior crise econômica já registrada. Contudo, na última sexta-feira (14/3), o país recebeu da renomada agência de classificação de risco Moody’s o tão almejado selo de “bom pagador”, marcando um novo capítulo em sua trajetória financeira.
A conquista
- A Moody’s elevou a nota de crédito da Grécia para o grau de investimento, indicando confiança na capacidade do país em cumprir com suas obrigações.
- Esse selo é fundamental, representando a confiança na solidez financeira de um país, empresa ou entidade financeira.
- O grau de investimento funciona como um atestado de boa conduta financeira, concedido por agências especializadas.
Perspectiva e Reconhecimento
A Moody’s também elevou a nota de longo prazo da Grécia de Ba1 para Baa3, alterando a perspectiva do país de positiva para estável.
Segundo a Moody’s, a elevação reflete a maior resistência do perfil de crédito grego a possíveis impactos futuros, destacando a melhora das finanças públicas de forma mais acelerada do que o esperado.
Os critérios avaliados pelas agências de risco englobam indicadores macroeconômicos, como taxa de juros, inflação, câmbio e Produto Interno Bruto (PIB), bem como aspectos políticos, estabilidade institucional e projeções econômicas.
A Grécia obteve o grau de investimento por parte da Scope Ratings em agosto de 2023, após um período de 13 anos. Esse reconhecimento foi embasado em uma trajetória sólida de redução da dívida pública, crescimento econômico acima do esperado, baixas taxas de juros e superávits fiscais primários.
O país registrou um crescimento econômico superior à média europeia no ano passado, com um aumento de 2,3% no PIB em relação ao ano anterior.
Diante desse cenário positivo, a Moody’s projeta que, com a estabilidade política atual, o fortalecimento das instituições e um ambiente político sólido, a Grécia continuará a apresentar superávits primários expressivos, reduzindo gradualmente seu considerável endividamento.
O colapso financeiro e a trajetória de recuperação
Em 2012, em meio à crise econômica mais severa já enfrentada, a Grécia parecia à beira do abismo. O impacto da crise financeira global desencadeada pela falência do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos resultou em uma crise de endividamento que se espalhou pela União Europeia, afetando países como Portugal, Irlanda e Chipre.
No caso grego, a situação foi ainda mais dramática. Em 2012, o PIB do país despencou 25%, e a taxa de desemprego atingiu quase um terço da população, chegando a 28%.
Somente entre 2010 e 2015, a Grécia recebeu três pacotes de resgate emergencial da União Europeia, totalizando mais de 320 bilhões de euros. Esse período foi marcado por falências em massa de empresas e um colapso nas rendas familiares.
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