Joana Zeferino da Paz, também conhecida como Dona Vitória, foi a heroína cuja vida inspirou o filme “Vitória”, estrelado por Fernanda Montenegro. Após denunciar crimes de narcotráfico na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, Joana passou seus últimos 17 anos em Salvador. Ela faleceu aos 97 anos no Hospital Geral do Estado (HGE) em Salvador e foi sepultada no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação. No epitáfio, uma emocionante homenagem a sua coragem e impacto: “Joana Zeferino da Paz, Dona Vitória – a heroína por trás da câmera que ajudou a história de um bairro e marcou o país”.
Adotando o nome de “Vitória” por questões de segurança, Joana sempre manteve viva sua identidade original. Mesmo em Salvador, era carinhosamente chamada de “Jojô” por vizinhos que admiravam sua coragem e determinação. Com uma câmera VHS, ajudou a desmantelar atividades criminosas, levando à prisão de mais de 30 pessoas envolvidas com tráfico de drogas e corrupção policial no Rio de Janeiro.
A mudança de Joana para Salvador em 2006 foi motivada pelas ameaças que enfrentou após suas denúncias. Em seu apartamento com vista para o mar, mantinha uma rotina serena dedicada à oração e à pintura. Suas obras, que adornavam as casas de amigos, refletiam memórias de sua infância em Alagoas, demonstrando seu talento artístico premiado.
O filme “Vitória”, lançado em 13 de março, narra a história de “Dona Fina”, o alter ego de Joana, que residia em Copacabana. O longa retrata a jornada dessa mulher, aos 80 anos, na desarticulação do tráfico e sua colaboração com as autoridades na Ladeira dos Tabajaras. A película permanece em exibição nos principais cinemas de Salvador, mantendo viva a memória e legado de Joana Zeferino da Paz, a verdadeira “Vitória”.
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