Gustavo Zeitel
São Paulo, SP (FOLHAPRESS) – Em um momento decisivo no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de golpe de Estado, o ministro do STF Flávio Dino fez uma comparação impactante entre o golpe militar de 1964 e um possível golpe em 2022. Ele ressaltou que um golpe sempre resulta em mortes, independentemente de quando ocorra.
A Operação Punhal Verde Amarelo, descoberta pela Polícia Federal, planejava o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. Especialistas apontam que, se executada, essa ação resultaria em mais resistência e consequências graves do que em 1964. O cenário incluiria confrontos violentos, crises econômicas e desconfiança internacional, além de reações mais intensas da sociedade, impulsionadas pela conexão e mobilização nas redes sociais.
João Roberto Martins Filho, especialista da UFSCar, destaca que a resistência seria mais intensa em 2022, especialmente devido à articulação de movimentos sociais pela internet. No entanto, ele ressalta que estabelecer um governo autoritário após a operação seria desafiador, considerando as diferenças de contexto entre 1964 e 2022, como o posicionamento do Exército e a influência internacional.
A possibilidade de um golpe em 2022, representada pela Operação Punhal Verde e Amarelo, suscita reflexões sobre os desdobramentos em termos geopolíticos e econômicos. Carlos Poggio, especialista em política internacional, destaca que o Brasil enfrentaria isolamento e sanções, diferente do apoio recebido dos Estados Unidos em 1964.
Leonardo Avritzer, professor de ciências políticas da UFMG, aponta que o objetivo do golpe de 2022 seria alterar a composição do STF e do Congresso, seguindo um padrão similar ao AI-1 de 1964. Outras tramas antidemocráticas foram identificadas, demonstrando um cenário de instabilidade política e social.
A análise comparativa entre os golpes projetados em 1964 e 2022 ressalta as diferenças de contexto, a resistência esperada da sociedade e as potenciais repercussões internas e externas de um golpe. Em ambos os casos, a violência e a reação popular foram e seriam elementos presentes e impactantes.
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