Em 3 meses, fintech do crime moveu R$ 300 mil com dinheiro do tráfico

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Uma fintech de São Paulo, associada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), movimentou cerca de R$ 300 mil em apenas 3 meses, provenientes do tráfico de drogas. Essa revelação veio à tona durante a Operação Chiusura, promovida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A ação resultou na realização de 19 prisões temporárias e 80 mandados de busca e apreensão contra um grupo envolvido no tráfico interestadual de entorpecentes e lavagem de dinheiro.

O trabalho investigativo conjunto do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) e da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da PCDF, em colaboração com várias unidades policiais e a Polícia Rodoviária Federal, abrangeu diversas regiões do Brasil, como Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Alagoas.

De acordo com as autoridades, o grupo adquiria drogas em regiões de fronteira, distribuindo posteriormente os entorpecentes no Distrito Federal e em outros estados. A investigação apontou ainda que o dinheiro proveniente do tráfico era utilizado em complexas operações de lavagem de capitais.

Em decorrência das ações da Operação Chiusura, foram realizados diversos bloqueios de contas bancárias, incluindo as da fintech sediada em São Paulo, que movimentou milhões em curto período. Os investigadores identificaram a inserção social dos criminosos em diversos estratos da sociedade, em várias cidades do país, onde o poder aquisitivo elevado se traduz em influência e poder.

Por exemplo, o líder da organização criminosa no Distrito Federal possuiu uma propriedade rural dedicada à criação de gado leiteiro em Planaltina e havia se mudado para Florianópolis, em Santa Catarina. Enquanto isso, membros do núcleo financeiro em Goiás exibiam propriedades de luxo e veículos de alto padrão.

O núcleo nordestino residia em um sofisticado apartamento em Maceió, Alagoas. Já o núcleo no Mato Grosso do Sul mantinha ligações com o estado do Rio Grande do Norte, onde um dos investigados possuía uma pousada.

Divisões do Grupo Criminal

Com quase dois anos de investigação, os policiais identificaram a estrutura do grupo, que se dividia em diferentes núcleos. No Distrito Federal, foram identificados os responsáveis por movimentar o dinheiro do tráfico por meio de contas de empresas, como Barbosa Transportes e Flávio Auto Peças, sediadas em Trindade, Goiás.

A administração da empresa Flávio Auto Peças ficava a cargo de um casal e um dos filhos, com indícios de que a oficina foi aberta com documentos falsos. Ainda foi descoberto que, aos 19 anos, o filho dos proprietários tornou-se assessor parlamentar em Goiânia.

Em outras regiões, como Maceió, membros importantes do grupo viviam em apartamentos de luxo. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, familiares de um membro do PCC eram utilizados como “laranjas”, recebendo valores de traficantes do Distrito Federal.

A estrutura criminosa, informalmente conhecida como “Núcleo Sinaloa” por outros membros, fazia referência a uma facção criminosa mexicana. Um dos integrantes, chamado “Especialista” e preso na Bolívia desde 2023, foi acusado no Brasil do assassinato de Carlos Reis Medeiros de Jesus, conhecido como “Alma”.

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