Os planos de saúde na Bahia registraram um aumento significativo de reclamações entre 2023 e 2024, com um aumento de 30%. Mesmo com um lucro líquido de 271% em 2024, as queixas dos usuários aumentaram, destacando problemas como cobranças indevidas, falta de profissionais de saúde, descredenciamento de prestadores e dificuldades de cancelamento e reembolso.
Um dos pontos mais críticos identificados foi o aumento das reclamações relacionadas à cobertura de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), houve um aumento de mais de 10 vezes nas queixas nos últimos cinco anos, passando de 2.085 para 22.309 reclamações. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, já foram registradas 3.339 reclamações relacionadas ao TEA.
A advogada Inaiá Rocha, especialista em direito à saúde, enfatizou a falta de compreensão das necessidades dos pacientes autistas por parte das operadoras de saúde. Muitas vezes, o acesso a tratamentos essenciais, como terapias ocupacionais, fonoaudiologia e psicoterapia, é negado ou restrito, devido à falta de regulamentação clara para o tratamento do autismo nos planos de saúde.
Rocha destacou a importância de obter esclarecimentos por escrito em caso de negação de cobertura, assim como relatórios fundamentados de especialistas para embasar as necessidades terapêuticas dos pacientes com TEA. Em situações de persistência da negativa, a orientação é buscar apoio jurídico especializado para acionar judicialmente as operadoras e garantir o acesso imediato aos tratamentos necessários, evitando atrasos prejudiciais ao paciente.
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