Os países membros da União Europeia estão unindo esforços para elaborar uma resposta unificada às tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos durante a gestão de Donald Trump. O bloco europeu planeja implementar medidas de retaliação que podem afetar até US$ 28 bilhões em produtos norte-americanos, alinhando-se assim com a estratégia adotada por China e Canadá, aumentando o cenário de uma potencial guerra comercial em nível global.
Atualmente, a União Europeia enfrenta tarifas de 25% sobre produtos como aço, alumínio e automóveis, e uma taxa de 20% sobre a maioria dos outros itens. Estas tarifas afetam cerca de 70% das exportações da UE para os Estados Unidos, que totalizaram 532 bilhões de euros no último ano. Diante desse cenário, torna-se fundamental uma resposta coordenada para proteger os interesses econômicos do bloco.
A Comissão Europeia está preparando uma lista de produtos dos EUA que poderão sofrer tarifas adicionais, incluindo itens como carne, cereais, vinho, madeira e vestuário. Um dos pontos de maior controvérsia é a possibilidade de uma tarifa de 50% sobre o uísque, o que provocou uma ameaça de Trump de impor uma taxa de 200% sobre bebidas alcoólicas da UE, intensificando as tensões entre as partes.
Uma reunião política está agendada em Luxemburgo para debater as consequências das tarifas e as melhores estratégias de resposta. O objetivo é transmitir uma mensagem clara de que a União Europeia está aberta a negociações com Washington, mas também está preparada para adotar medidas retaliatórias caso não haja progresso nas conversações.
Internamente na União Europeia, há divergências quanto à abordagem a ser adotada. Enquanto a França propõe um pacote de medidas mais amplo que vai além das tarifas, a Irlanda defende uma resposta mais cautelosa. Com as negociações com os Estados Unidos estagnadas, as primeiras contramedidas da UE devem ser votadas em breve, com expectativa de aprovação. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está se reunindo com líderes dos setores que serão afetados pelas tarifas para avaliar as repercussões econômicas.
Comentários Facebook