Cooperativismo, sustentabilidade e inovação: BNDES e OCB juntos

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Cooperativismo, sustentabilidade e inovação: BNDES e OCB juntos

O Brasil tem se destacado nos últimos anos pela capacidade singular de impulsionar o desenvolvimento socioeconômico através do cooperativismo, um modelo de negócio que integra inclusão social, crescimento econômico e respeito ao meio ambiente. Esta trajetória recebe um novo estímulo com a realização do seminário “O impacto do cooperativismo no desenvolvimento do Brasil e o apoio do BNDES”.

Fruto da parceria estratégica entre o Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), principal entidade representativa do cooperativismo no país, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o evento se enquadra no contexto das profundas transformações impulsionadas pelo Ano Internacional das Cooperativas em 2025, designado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Agendado para o dia 10 de abril, na sede do BNDES no Rio de Janeiro, o seminário reunirá cerca de 170 participantes, incluindo autoridades, especialistas e representantes cooperativistas. A abertura contará com a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas; do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; e do presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado federal Arnaldo Jardim.

Para Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, as cooperativas de crédito desempenham um papel fundamental ao ampliar o acesso ao financiamento em todas as regiões do país, especialmente para micro e pequenos empreendedores.

“Elas representam hoje quase 30% da carteira de crédito do BNDES, demonstrando seu papel estratégico na promoção do desenvolvimento local, na inclusão financeira e na redução das desigualdades. Ao fortalecer esse segmento, o BNDES contribui diretamente para uma economia mais justa e descentralizada.”

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES

A programação do evento, com painéis temáticos sobre cooperativismo de crédito e produção agroindustrial, reflete o compromisso em debater e implementar estratégias para democratizar o acesso ao crédito e fortalecer os pequenos e médios empreendimentos em todo o território brasileiro.

“Nosso propósito é mostrar que o cooperativismo já desempenha um grande papel, mas possui potencial para ir além. Com parceiros estratégicos, como o BNDES, podemos alcançar voos mais altos. Promovemos inclusão social, produtividade e crescimento econômico com base em princípios democráticos e participativos.”

Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB

A parceria entre o Sistema OCB e o BNDES vai além do seminário, representando a união de esforços para impulsionar um modelo de desenvolvimento que prioriza as comunidades e o meio ambiente. Com o apoio financeiro e estratégico do BNDES, essa parceria se torna um catalisador de projetos que promovem inovação e sustentabilidade em diversas regiões do Brasil.

A cooperação entre BNDES e o Cooperativismo tem raízes antigas, seja através de repasses de recursos por bancos e cooperativas de crédito, iniciados no fim dos anos 90, ou do apoio a projetos de cooperativas de produção, impactando positivamente diversos setores da economia.

“Nos últimos anos, essa colaboração tem crescido consistentemente, com destaque para a performance observada na última década. Somente em 2024, os bancos cooperativos e cooperativas de crédito foram responsáveis pelo repasse de R$ 37,4 bilhões do BNDES, representando 34% do total de recursos repassados através da rede de agentes financeiros credenciados.”

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A família Zuanazzi é cooperada da Cresol, um parceiro estratégico na distribuição de recursos do BNDES

Profundidade e alcance da parceria

A aliança entre o Sistema OCB e o BNDES vai além da realização do seminário, simbolizando a convergência de esforços para impulsionar um modelo de desenvolvimento que coloca as comunidades e o meio ambiente no centro das decisões.

O Sistema OCB, com mais de 23 milhões de cooperados em milhares de cooperativas, representa uma força propulsora na economia nacional, criando empregos diretos e impulsionando o crescimento das micro e pequenas empresas.

Juntamente com o apoio financeiro e estratégico do BNDES, essa parceria se torna um catalisador para projetos que estimulam a inovação e a sustentabilidade em várias regiões do Brasil.

Essa colaboração é vital para a missão do BNDES em apoiar empresas e produtores rurais em todo o país. Somente em 2024, os parceiros do cooperativismo financeiro facilitaram mais de 260 mil operações de financiamento, sendo que mais de 99% dessas operações foram com micro, pequenas e médias empresas.

Conteúdo temático que transforma e inspira

Um dos destaques do seminário será a abordagem abrangente dos painéis temáticos. O primeiro painel, sobre cooperativismo de crédito, explorará como esse modelo de negócios pode ser determinante para a inclusão financeira, facilitando o acesso a recursos para projetos de energia renovável, agricultura de baixo carbono e eficiência energética.

Já no segundo painel, sobre cooperativismo de produção agroindustrial, serão apresentadas estratégias de produção sustentável, com exemplos práticos de cooperativas que adotam práticas inovadoras e responsáveis, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades rurais e a preservação ambiental.

O Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30, documento que enfatiza a importância de um modelo cooperativo na transição para uma economia de baixo carbono, também terá destaque nos debates.

O objetivo é evidenciar a relevância das cooperativas na construção de um futuro mais resiliente e inclusivo. O manifesto detalha propostas que vão desde o fortalecimento das comunidades até a regulação do mercado de carbono, ressaltando que a sustentabilidade requer integração de políticas públicas com ações locais, baseadas na capilaridade e no potencial transformador do cooperativismo.

Impactos socioeconômicos e ambientais

A parceria entre BNDES e o Sistema OCB representa uma resposta estratégica aos desafios do país, como a desigualdade social, a necessidade de inclusão financeira e os impactos das mudanças climáticas.

Ao facilitar o acesso ao crédito e apoiar iniciativas que combinam inovação, tecnologia e práticas ambientais, essa colaboração fortalece as bases para um desenvolvimento sustentável.

“Além de gerar emprego e renda, as cooperativas atuam como agentes de transformação social, contribuindo para a criação de um ciclo virtuoso de crescimento que beneficia toda a sociedade. Um ciclo que costumamos chamar de prosperidade”, complementa Márcio Lopes de Freitas.

Por isso, o seminário busca ressaltar a importância de políticas públicas que incentivem a descentralização dos recursos financeiros, permitindo que o financiamento climático e os investimentos sustentáveis cheguem diretamente às comunidades mais necessitadas.

Esse modelo de gestão descentralizada é crucial para garantir que as soluções implementadas sejam eficazes e adaptadas às realidades locais, promovendo um desenvolvimento inclusivo e sustentável em todas as regiões do país.

Através do acesso às linhas de crédito e soluções de garantias oferecidas pelo BNDES, as cooperativas de crédito desempenham um papel significativo no processo de desconcentração bancária, estando presentes em grande parte dos municípios brasileiros. Essa capilaridade facilita o acesso a recursos de longo prazo, especialmente para pequenos agricultores, micro, pequenas e médias empresas em centenas de municípios, incluindo os mais de 300 municípios onde a única instituição financeira disponível é a cooperativa de crédito.

Assim como no setor de crédito, as cooperativas de infraestrutura representam, em algumas regiões, a única forma das comunidades locais acessarem energia proveniente de fontes renováveis.

O cooperativismo desempenha um papel crucial ao promover o uso de tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, tema que será discutido na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025, a ser realizada em Belém, no mês de novembro.

O BNDES tem se empenhado em promover investimentos sustentáveis, aumentar o uso de energias renováveis, apoiar micro, pequenas e médias empresas, produtores rurais e, especialmente, apoiar regionalmente, facilitando o acesso ao crédito em regiões historicamente carentes de apoio, como as regiões Norte e Nordeste.

Nos últimos dois anos, o BNDES tem buscado fortalecer sua atuação nas regiões Norte e Nordeste. Uma das ações mais relevantes é a redução das taxas de juros dos financiamentos oferecidos nessas regiões, como no caso do BNDES Crédito Pequenas e Médias Empresas, que oferece capital de giro para empresas de menor porte.

Outro exemplo é o Procapcred, que visa fortalecer a estrutura patrimonial das cooperativas de crédito, financiando a aquisição de cotas-parte pelos cooperados. O programa desempenha um papel crucial ao estimular o crescimento da participação das cooperativas de crédito brasileiras no sistema financeiro nacional, promovendo a capilaridade e gerando impacto positivo no desenvolvimento regional do país.

Desde 2023, mais de R$ 1,5 bilhão já foi aprovado pelo BNDES, em mais de 122 mil operações. Em 2024, o banco anunciou mudanças nas condições do programa, reduzindo as taxas de juros nas regiões Norte e Nordeste, ampliando os prazos de financiamento e o leque de clientes atendidos, com potencial impacto de cerca de 5 milhões de novos cooperados.

Legado para o Futuro

O seminário representa não apenas um encontro, mas uma oportunidade ímpar de reafirmar o compromisso do Brasil com um modelo de desenvolvimento que combina crescimento econômico, justiça social e preservação ambiental. A união entre o Sistema OCB e o BNDES fortalece o cooperativismo e serve como exemplo de como a colaboração entre instituições pode gerar resultados transformadores para o país.

Num momento em que os desafios socioeconômicos e ambientais se tornam cada vez mais complexos, o evento busca inspirar a revisão de modelos de negócio e políticas públicas que fomentem a inclusão e a sustentabilidade. Ao priorizar as comunidades e o meio ambiente, a parceria demonstra que é viável construir um futuro mais equilibrado e próspero para todos.

Futuro verde e resiliente: o Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30

O Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30 destaca o papel crucial das cooperativas na construção de um futuro sustentável, inclusivo e economicamente viável. Com o tema “Juntos por um futuro mais próspero e sustentável”, o documento reforça a necessidade de políticas públicas que valorizem o cooperativismo como ferramenta de mitigação das mudanças climáticas e desenvolvimento social.

Cada ponto abordado, ampliado no manifesto, ressalta o compromisso do cooperativismo com um futuro mais justo e resiliente, mostrando que a colaboração entre esforços comunitários, políticas públicas e investimentos estratégicos pode transformar a realidade socioeconômica e ambiental do Brasil.

Confira mais sobre o manifesto:

O BNDES na COP30

O BNDES está atuando em diversas frentes para apoiar a realização da COP30. Em novembro de 2023, promoveu em Belém o evento “Rumo à Cop30: Rodada de Negócios”, em parceria com entidades setoriais, Ministério do Turismo e governo do Pará, apresentando soluções de financiamento para empresas do setor de turismo.

Estas soluções visam apoiar micro, pequenos e médios empresários do setor para garantir a prestação de serviços aos visitantes durante a COP30.

Recentemente, o banco aprovou financiamento de R$ 3 bilhões para o plano de investimentos multissetorial de melhoria da infraestrutura urbana e ampliação do acesso a equipamentos e serviços públicos na região metropolitana da cidade. A operação inclui equipamentos culturais e turísticos que constituirão legado da COP30 para a cidade.

Em outra iniciativa, o banco aprovou a restauração do Conjunto dos Mercedários, equipamento cultural que poderá ser usado durante o evento da ONU e que permanecerá como legado cultural para a população.

Dada a importância da COP30, o BNDES estará presente durante o evento. Todas as programações organizadas pelo BNDES serão realizadas na “Casa BNDES”, localizada no conjunto arquitetônico dos Mercedários, que está passando por intervenções de restauro e manutenção com apoio não reembolsável de R$ 36,3 milhões do BNDES, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

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