Deputado que desejou morte de Lula pede desculpas: “Exagerei”

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O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) emitiu um pedido de desculpas após ter feito um comentário controverso desejando a morte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara.

Nesta quarta-feira (10/4), Gilvan reconheceu que exagerou em suas palavras e destacou a importância de admitir os próprios erros. A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma investigação para averiguar se suas declarações estão protegidas pela imunidade parlamentar.

“Eu aprendi com o meu pai que um homem deve reconhecer os seus erros. Um cristão não deve desejar a morte de ninguém, então eu não desejo a morte de qualquer pessoa”, afirmou o parlamentar.

Apesar de reafirmar sua convicção de que Lula deveria estar preso e responder por seus atos, Gilvan admitiu o exagero em suas palavras e fez um pedido formal de desculpas durante sua declaração no plenário da Câmara.

A declaração controversa foi feita na terça-feira (8/4) enquanto o deputado defendia um projeto de sua autoria que trata sobre o desarmamento da guarda presidencial.

“Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos. É um direito meu. Nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer. Tomara que tenha uma taquicardia”, afirmou na ocasião.

Veja a declaração na íntegra:

O placar da votação sobre desarmamento resultou em 15 votos a favor, oito contra e uma abstenção. A proposta foi encaminhada para a Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara.

Reações do governo

O deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP) e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), solicitaram à PGR uma investigação e medidas contra Gilvan, acusando o parlamentar do PL de abusar de sua imunidade parlamentar ao proferir ofensas, ameaças, incitar a violência e fazer apologia a atos violentos contra o Chefe de Estado.

Os membros do PT também pleitearam a abertura de investigação, adoção de medidas cautelares para esclarecer os fatos e a apresentação de denúncia contra Gilvan por crimes como ameaça, incitação ao crime, tentativa de subverter o Estado Democrático de Direito e outros crimes que possam se comprovar ao longo da investigação.

O partido ainda pretende acionar o Conselho de Ética da Câmara para uma representação contra o deputado Gilvan.

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