Uma disputa intensa entre grupos de senadores está em curso pela indicação de cargos na Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP). De um lado, o senador Otto Alencar (PSD) busca emplacar o advogado Artur Watt, sobrinho de sua cunhada. Por outro lado, os senadores Ciro Nogueira (PP) e Marcos Rogério (PL) lutam pela escolha de Daniel Maia, que obteve seu cargo por influência do concunhado Thiago Cedraz, filho do ministro do TCU Aroldo Cedraz.
Artur Watt, servidor da ANP desde 2006, foi nomeado por Lula para presidir a agência em dezembro passado. No entanto, sua nomeação ficou em espera com o retorno de Davi Alcolumbre (União Brasil) à presidência do Congresso, gerando incertezas sobre sua aprovação.
Diante da indefinição, Ciro e Marcos Rogério buscam defender a nomeação de Maia, especialmente porque Marcos Rogério lidera a Comissão de Infraestrutura do Senado, onde Maia será sabatinado. No entanto, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, desaconselhou a indicação de Maia devido aos problemas criados por ele na estatal, atribuídos à influência de Thiago Cedraz.
Enquanto isso, a indicação de Pietro Mendes, secretário do Ministério de Minas e Energia (MME), é vista com bons olhos para a diretoria técnica da ANP. Mendes era cotado para presidir a agência, mas Watt foi escolhido no acordo político. Sua indicação, apoiada pelo senador Laércio Oliveira (PP), ligado ao ministro do MME Alexandre Silveira, encontrou resistência, mas foi mantida em respeito ao seu apoiador.
Por outro lado, o senador amazonense Eduardo Braga (MDB) tem em mente dois nomes para a agência: Hélvio Guerra, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e atual diretor da Âmbar, empresa dos irmãos Batista com negócios em seu estado, e Willamy Frota, ex-executivo da Amazonas Energia e possível futuro diretor da Aneel.
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