Um levantamento recente realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) revelou que a proposta de eliminação da escala de trabalho 6×1, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, poderia resultar no fechamento de até 18 milhões de empregos no país.
A proposta elaborada pela deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) visa modificar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para alterar a jornada de trabalho para quatro dias por semana. No entanto, diante dos impactos negativos previstos, existe a possibilidade de adaptação para cinco dias de trabalho e dois de descanso, a fim de obter maior aceitação entre as diferentes bancadas da Câmara.
De acordo com a análise da Fiemg, a redução da jornada sem o aumento correspondente da produtividade poderia comprometer até 16% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, resultando em uma queda de quase R$ 2,9 trilhões no faturamento dos setores produtivos.
“Antes de discutir a redução da jornada de trabalho, o Brasil precisa enfrentar o seu maior desafio: a baixa produtividade. O trabalhador brasileiro produz, em média, apenas 23% do que um trabalhador dos Estados Unidos”, alerta Flávio Roscoe, presidente da Fiemg. Ele ressalta: “Reduzir o tempo de trabalho sem elevar a produtividade é uma conta que não fecha e coloca em risco milhões de empregos”.
Em um cenário hipotético sem aumento de produtividade, a estimativa é de perda de até 18 milhões de empregos e uma redução de R$ 480 bilhões na massa salarial. Já com um aumento moderado de 1% na produtividade, as perdas de empregos podem chegar a 16 milhões, impactando negativamente em R$ 428 bilhões na renda dos trabalhadores.
O impacto econômico também se reflete no possível repasse dos custos adicionais ao consumidor, pressionando a inflação e afetando especialmente os pequenos negócios. Além disso, o aumento dos custos trabalhistas pode levar a um aumento da informalidade, impactando diretamente mais de um terço da força de trabalho no Brasil.
A Fiemg ainda ressalta que o fim da escala 6×1 pode prejudicar a competitividade do Brasil no cenário internacional, comparado a países com jornadas de trabalho mais extensas e custos mais baixos, como México, China e Índia, o que poderia desestimular investimentos e produção industrial no país.
Diante desse cenário, é importante considerar os impactos e os desafios que essa mudança na legislação trabalhista pode acarretar, colocando em perspectiva a necessidade de aumento da produtividade como medida essencial para garantir a sustentabilidade e o crescimento do mercado de trabalho no Brasil.
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