O dólar apresentou queda e fechou o dia a R$ 5,86 em meio ao acirramento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Esse cenário afastou investidores de ativos norte-americanos, resultando em uma nova rodada de desvalorização global da moeda. No Brasil, o real teve um desempenho inferior em relação a outras moedas, exceto o peso chileno, o que pode ser influenciado por questões técnicas e ruídos fiscais relacionados à divulgação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) na terça-feira.
Com oscilação entre R$ 5,9158 e R$ 5,8525, o dólar encerrou o dia em baixa de 0,42%, sendo cotado a R$ 5,8650. No mês de abril, a moeda acumula uma valorização de 2,80% em relação ao real, enquanto no ano, as perdas estão em torno de 5,10%. A imposição de restrições para vendas de chips de empresas de tecnologia como a Nvidia e AMD para a China pelo governo dos Estados Unidos impactou negativamente o mercado, gerando turbulências nas bolsas de Nova York.
Em contrapartida, o Produto Interno Bruto (PIB) da China mostrou um crescimento anual de 5,4% no primeiro trimestre, superando as expectativas dos economistas. Diante desse contexto, o índice DXY, que reflete o comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes, caiu abaixo dos 100,000 pontos, enquanto o franco suíço, considerado um porto seguro, teve uma alta de mais de 1%.
Indicadores econômicos divulgados nos Estados Unidos, como o crescimento das vendas no varejo em março, demonstram a continuidade da solidez da economia americana, mesmo diante das incertezas geradas pela questão tarifária. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou para o impacto das tarifas mais elevadas do que o esperado, o que pode resultar em um aumento da inflação e desaceleração do crescimento. Essa situação pode gerar um repique temporário da inflação, mas Powell destacou que os efeitos do choque tarifário nos preços podem ser persistentes.
No âmbito interno, o Banco Central informou que o fluxo cambial da semana passada foi negativo em US$ 235 milhões, devido a uma saída líquida de US$ 3,152 bilhões pelo canal financeiro. Contudo, o saldo total em abril ainda é positivo em US$ 2,669 bilhões, impulsionado pelo superávit de US$ 4,705 bilhões na balança comercial.
Diante desse panorama, é essencial estar atento às movimentações do mercado e acompanhar de perto as próximas atualizações sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que continuam influenciando a dinâmica do dólar e demais mercados financeiros globais.
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