Grande SP: prefeito defende secretário acusado de integrar milícia

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O prefeito de Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL), manifestou apoio a Sandro Torres Amante, secretário da Segurança Urbana da cidade e ex-guarda civil municipal (GCM), mesmo diante das acusações do Ministério Público paulista (MPSP) de envolvimento com uma milícia ligada a crimes como furto qualificado e receptação.

Volpi, em comunicado publicado em sua conta no Instagram, expressou confiança na inocência do secretário e ressaltou sua longa e dedicada carreira profissional.

“Destaco aqui a trajetória do Sandro, guarda municipal com 30 anos de carreira na Prefeitura e contribuições à cidade. Reafirmo meu compromisso com a verdade, salientando que toda e qualquer decisão da Justiça será cumprida por nosso governo”, afirmou.

Sandro, afastado do cargo desde 2022 após a denúncia do MPSP, assumiu a gestão da Segurança Urbana após a eleição de Volpi no último pleito.

Suspeita de associação com milícia

O ex-GCM foi denunciado juntamente com outros membros da GCM de Ribeirão Pires por furto qualificado, receptação e associação criminosa. As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) surgiram de denúncias de testemunhas protegidas em 2020, apontando para atividades ilícitas da milícia na cidade entre junho de 2018 e abril de 2019.

O Gaeco considera a possibilidade de existência de um grupo de extermínio, devido aos relatos de testemunhas sobre homicídios cometidos entre 2013 e 2019.

Furto em açougues

  • Os acusados são suspeitos de furtar dois açougues em Ribeirão Pires em junho de 2018.
  • Investigações apontam que os guardas municipais teriam manipulado as câmeras de segurança da cidade para evitar a detecção durante o crime.
  • Além disso, eles teriam criado uma ocorrência policial falsa para distrair os agentes de segurança, desviando a atenção para outra região da cidade.
  • A empresa de monitoramento responsável pelos açougues furtados tinha vínculos familiares com Sandro e Gutembergue, que faziam parte de seu quadro de funcionários.
  • Segundo o MPSP, a empresa possivelmente era utilizada para identificar possíveis alvos de furtos.
  • As investigações apontam que os estabelecimentos não mostravam sinais de arrombamento, sugerindo acesso privilegiado apenas a quem realizava a segurança local.

Condenações

Os acusados foram condenados a 2 anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto, além de multa. Sandro e Gutembergue perderam seus cargos públicos por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Os réus recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com a defesa de Gutembergue buscando anular a condenação citando “prova contaminada”. A defesa de Marcelo solicitou a absolvição, alegando falta de evidências que o conectem aos crimes.

Sandro questionou a validade das provas no STJ. No entanto, nem seus advogados, nem os de Gutembergue, responderam às solicitações de contato da imprensa até o momento.

A equipe de reportagem buscou um posicionamento da Prefeitura de Ribeirão Pires sobre o caso, mas não obteve retorno até o momento desta publicação. O espaço permanece aberto para futuros esclarecimentos.

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