Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, em uma entrevista exclusiva à Jovem Pan News, abordou a recente redução nas projeções de crescimento econômico do Brasil, atribuída à imposição de tarifas que aumentam o custo de produtos e impactam as exportações. Essa desaceleração, segundo Meirelles, é reflexo direto das medidas tarifárias adotadas por Donald Trump, causando uma revisão para baixo das estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que agora projeta um crescimento global de 2,8%, comparado aos anteriores 3,3%.
Apesar desse cenário desafiador global, Meirelles ressaltou que a política fiscal expansionista brasileira, com altos gastos públicos, tem impulsionado o crescimento acima das expectativas. Esse impulso se deve, em parte, às reformas trabalhistas implementadas durante o governo Temer, que aumentaram a produtividade econômica, garantindo taxas de crescimento superiores às projeções dos analistas do FMI.
Adicionalmente, Meirelles enfatizou a persistência da alta inflação no Brasil, especialmente no setor de alimentos, agravada por instabilidades econômicas e pela valorização do dólar frente ao real. Para lidar com essa situação, o Banco Central tem elevado a taxa de juros na tentativa de controlar a inflação, que continua acima da meta estabelecida. A manutenção da inflação em níveis controlados é vital para proteger o poder de compra dos consumidores, que enfrentam aumentos de preços sem correspondentes elevações salariais.
O ex-ministro também ressaltou a relevância do setor agrícola na economia brasileira, reconhecendo seu papel fundamental no crescimento econômico. Embora o agronegócio apresente expansão, ressaltou que a desaceleração em outros setores não será completamente compensada por ele, como indicam projeções do FMI. Isso evidencia a necessidade de diversificar a economia e implementar políticas que incentivem o crescimento em diferentes setores, não se limitando ao agronegócio.
Por fim, Meirelles expressou um otimismo cauteloso, destacando a importância de políticas econômicas eficazes para enfrentar os desafios presentes, como a inflação e a desaceleração global. Ele enfatizou a necessidade contínua de reformas estruturais e de uma política fiscal responsável para garantir um crescimento sustentável a longo prazo, ressaltando a complexidade e a importância de uma abordagem estratégica e bem-informada para os desafios econômicos do Brasil.
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