Durante o novo julgamento de Harvey Weinstein, acusado de agressão e estupro, as supostas vítimas do produtor de cinema apresentaram seus relatos na quarta-feira. Entre elas, Kaja Sokola, que não havia testemunhado no julgamento anterior.
A promotora Shannon Lucey expôs ao júri as acusações das três vítimas que levaram Weinstein ao banco dos réus, enfatizando que ele jamais aceitava um “não” como resposta. Lucey detalhou os ataques do produtor, ressaltando a falta de poder das vítimas diante da influência de Weinstein.
Um dos casos mencionados foi o da ex-modelo polonesa Kaja Sokola, que tinha 19 anos quando teria sido agredida por Weinstein. Descreve-se que o produtor já a teria assediado aos 16 anos. A promotora relatou como Weinstein a teria abordado sob pretexto de discutir oportunidades de atuação, levando-a a um local onde a agrediu sexualmente.
Os relatos prosseguem detalhando um segundo incidente dois anos depois, no qual Weinstein teria tentado agarrá-la à força em um carro. Sokola afastou-se e recusou suas investidas. No entanto, após esse episódio, permaneceu em contato com Weinstein colaborando em produções cinematográficas por influência dele.
Em outro encontro em 2006, Weinstein teria abusado sexualmente de Sokola, seguindo-se a uma série de violências sexuais descritas pela promotora. Ao longo do processo, foram expostas ainda diversas exigências do produtor por favores sexuais, incluindo o testemunho da assistente de produção Mimi Haleyi, que teria sido agredida em mais um episódio, em 2006.
O advogado de Weinstein continua a afirmar a inocência do seu cliente, alegando que todos os encontros foram consensuais, e que a única transgressão moral foi sua infidelidade conjugal. Os depoimentos das testemunhas estão em curso e se esperam mais revelações no desenrolar do julgamento.
Harvey Weinstein, um dos grandes nomes da indústria cinematográfica, enfrenta múltiplas acusações de abuso sexual por mais de 80 mulheres, incluindo atrizes renomadas como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd. Enquanto o julgamento avança, o produtor já cumpre pena por condenações anteriores, mantendo-se no centro de um dos marcos do movimento #MeToo, que ecoou vozes de vítimas em busca de justiça e igualdade.
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