A atriz Maitê Proença, aos 67 anos, revelou em uma recente entrevista a conturbada relação que teve com sua família durante a infância e adolescência. Questionada sobre a avaliação que daria a si mesma como filha, Maitê mencionou sua personalidade forte, porém amável e capaz de perdoar. O perdão, segundo ela, foi fundamental para salvar-se de uma tragédia que envolveu seus pais, Margot e Augusto Carlos.
Quando tinha apenas 12 anos, Maitê perdeu a mãe de forma trágica, vítima de um crime cometido pelo próprio pai. A revelação desse segredo familiar foi feita por Faustão em 2005, durante o quadro Arquivo Confidencial. Maitê destacou: “Eles erraram muito – erros que levaram à morte. Cometeram falhas gravíssimas, e eu os perdoei.”
Emocionada, a atriz prosseguiu: “Eu precisei perdoar para lidar com tudo que tinha sobrado. Perdoei, e passei anos perdoando, e isso desde o começo. No início [após a morte da mãe], eu não tinha capacidade… não conseguia nem encostar no meu pai fisicamente. Tinha horror daquela situação, daquilo que eu não conseguia compreender. Fui persistindo, buscando entendimento, até me libertar. A bagagem pesada, eu não carrego mais.”
O relato foi feito a Marcelo Tas, no programa Provoca, da TV Cultura, onde Maitê revelou considerar-se uma avó excelente, ao passo que reconhece ter sido uma mãe com nota seis para sua filha Maria, fruto do relacionamento com Paulo Marinho. “Amadureci e percebi que fui excessivamente severa. Entreguei o meu melhor na época. Não poderia ter feito mais do que fiz, pois naquela época eu não tinha o conhecimento necessário.”
Maitê também compartilhou sua experiência com a ayahuasca, substância utilizada em rituais religiosos e terapêuticos, destacando que ela a ajudou a lidar com ataques de pânico em uma fase delicada. Segundo a atriz, a ayahuasca a levou a uma experiência quase insana, levando-a a lugares desconhecidos e desafiadores, proporcionando uma nova perspectiva diante de crises de ansiedade extrema.
Mesmo afastada das novelas há nove anos – seu último trabalho foi “Liberdade, Liberdade” (2016) – a artista revela que a ayahuasca a auxiliou a superar momentos difíceis e compreender que era capaz de enfrentar desafios sem perder a sanidade. Uma trajetória marcada pela superação e pelo constante aprendizado.
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