Com aval de Motta, Câmara avança para aumentar número de deputados

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Uma nova dinâmica está sendo articulada nos corredores do poder em Brasília: um projeto que visa alterar o número de representantes de cada estado na Câmara dos Deputados está prestes a ser colocado em votação. Liderado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, do partido Republicanos-PB, o plano não se limita a redistribuir as cadeiras existentes – a ideia é expandir o número total de deputados, que atualmente é de 513.

Durante a reunião do colégio de líderes, que ocorreu nesta quarta-feira, um acordo pôs em pauta o projeto que promete promulgar uma proposta inicialmente formulada sob a presidência de Arthur Lira (PP-AL). O contexto desta mudança é uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que em agosto de 2023 estipulou um prazo até junho de 2025 para que o Congresso ajuste a distribuição dos deputados federais de acordo com o número da população das unidades da federação.

As mudanças agora propostas poderiam alterar significativamente a representação parlamentar de vários estados. Por exemplo, Pará e Santa Catarina sairiam na frente com quatro cadeiras adicionais cada, enquanto Amazonas ampliaria sua bancada com mais dois deputados. Outros estados, como Ceará, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, também poderiam contar com um representante extra cada um. Por outro lado, Rio de Janeiro, Bahia, Piauí, Rio Grande do Sul, Alagoas, Pernambuco e Paraíba – estado do presidente Motta – poderiam perder representantes.

Essa possibilidade de redistribuição tem suas raízes em uma ação do governo do Pará, que reivindicava, já em 2010, o aumento de sua representação parlamentar. A base para tal alegação vem da Constituição, que explicita que a definição da distribuição dos deputados por estado e pelo Distrito Federal deve ser proporcional à população e estabelecida por lei complementar. No entanto, a mesma legislação oferece brechas ao permitir à Câmara determinar o quadro completo dos representantes.

Diante dessa conjuntura, a cúpula da Câmara vê uma janela aberta para evitar cortes nos atuais quadros de representação – um movimento que poderia ser caracterizado como uma estratégia de autopreservação. Entretanto, um impasse emerge, pois as bancadas que potencialmente ganhariam mais assentos, em particular das regiões mais ao Sul do país, contestam tal manobra, receando que seus ganhos de representatividade sejam minorados se outras unidades não abrirem mão de suas vagas.

No momento, o foco está na tramitação de um requerimento de urgência que, se aprovado, permitiria que o projeto fosse debatido diretamente em plenário, sem análise das comissões. A discussão central, se a base da Câmara optará por criar novos postos ou realocar os atuais, tende a se estender até o final de maio. Trata-se de uma jornada legislativa que, seja qual for o desfecho, definirá o formato futuro da representação política nacional.

Enquanto o Congresso Nacional deliberará o rumo desse projeto, a sociedade observa atenta. É momento para reflexão e discussão sobre o equilíbrio ideal entre representatividade e eficiência no Poder Legislativo. Que opinam os cidadãos sobre a expansão do número de deputados? Deixem seus comentários e participem da conversa sobre esse tema tão crucial para a democracia.

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