“Cenário de guerra”: desabafo de enfermeira sobre HRG viraliza na web

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A enfermeira Lídia Peres, de 40 anos, que trabalha no Centro Obstétrico do Hospital Regional do Gama (HRG), comparou os plantões a uma “roleta-russa”. Na última terça-feira (6/5), ela compartilhou um desabafo que rapidamente circulou pela internet, abordando a grave falta de estrutura e de profissionais na unidade.

Lídia enfatizou: “Isso deixou de ser só descaso; passou a ser desumano. Estou clamando por socorro. Fui formada para cuidar, mas não consigo prestar a assistência que os pacientes merecem devido à falta de infraestrutura mínima.”

Assista ao desabafo:

“Os profissionais também são vítimas da crise na saúde”, destacou a enfermeira, lembrando que a Justiça do Trabalho recentemente exigiu um plano para reduzir o déficit no HRG e no Hospital Regional do Guará (HRGu).

Lídia fez o desabafo após um plantão cansativo, constatando condições desumanas para as pacientes. “[Estou] cansada de nenhuma solução: sem alta para as mães, bebês na maca, acompanhantes no chão, mais de 100 mulheres dentro do centro obstétrico com dois banheiros”, relatou.

A sobrecarga tem causado adoecimentos entre os profissionais, com relatos de colegas apresentando burnout. “A realidade é angustiante, pois a escala está desfalcada há anos”, afirmou Lídia.

“Desesperador”

Os desafios incluem aposentadorias não repostas, resistência de médicos recém-nomeados em aceitar alocações, e acompanhantes frequentemente hostis pela falta de atendimento. Em entrevista ao Metrópoles, Lídia descreveu essa situação como “triste, caótica e desesperadora”, destacando sua dezena de anos de experiência na rede pública do Distrito Federal e a falta de perspectivas de melhora.

Ela também relatou ter enfrentado ameaças de acompanhantes em busca de atendimento. “Parece um cenário de guerra. Temos que acomodar uma mãe que acabou de dar à luz em uma maca estreita com o bebê entre as pernas”, detalhou.

A situação do hospital é crítica; deveria atender duas pacientes por quarto, mas frequentemente tem recebido até seis. O Metrópoles contatou a Secretaria de Saúde (SES-DF) em busca de posicionamento sobre as denúncias e espera resposta.

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