O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder chinês, Xi Jinping, desembarcaram em Moscou nesta quarta-feira (7) para participar do 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista. A celebração contará com a presença de altos dirigentes, incluindo Nicolás Maduro e Miguel Díaz-Canel, que também se reunirão com Vladimir Putin.
Na Praça Vermelha, uma grande parada militar está programada para sexta-feira (9), com cerca de 30 líderes mundiais. Putin se encontrou com Maduro para assinar um “tratado de associação estratégica” de dez anos e conversou com Díaz-Canel, que confirmou a união da ilha com a Rússia para enfrentar desafios presentes e futuros.
Na sexta-feira, Lula terá a oportunidade de discutir a situação na Ucrânia, após suas tentativas anteriores de promover um plano de paz. Xi também abordará o conflito e as relações com os EUA durante outra reunião com Putin na quinta-feira.
A reunião acontece em um cenário de estagnação nas tentativas de paz na Ucrânia e em meio à guerra comercial entre Washington e Pequim. O Kremlin rejeitou uma trégua de 30 dias proposta por Kiev, optando por um cessar-fogo unilateral de três dias, que foi descartado pela Ucrânia.
O assessor diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov, anunciou que Xi e Putin emitem duas declarações conjuntas: uma sobre relações bilaterais e outra sobre “estabilidade estratégica mundial”. Em um artigo, Xi pediu a rejeição de perturbações na amizade sino-russa e enfatizou a cooperação para construir um mundo multipolar.
Mais de uma centena de soldados chineses participarão do desfile, o que a Ucrânia considera um apoio ao “Estado agressor” russo. A Segunda Guerra Mundial, conhecida na Rússia como “Grande Guerra Patriótica”, causou mais de 20 milhões de mortes na antiga União Soviética. Putin enfatiza o papel do Exército como lutador contra o fascismo e faz paralelos entre a ofensiva na Ucrânia e a luta contra os nazistas.
A China se apresenta como um ator neutro no conflito, embora a proximidade com a Rússia tenha fornecido suporte econômico e diplomático. Em abril, o presidente ucraniano Zelensky acusou a China de fornecer armas à Rússia, mas Pequim negou qualquer envolvimento significativo.
Nos últimos anos, China e Rússia reforçaram seus laços, com Pequim se tornando o principal parceiro comercial da Rússia, especialmente em um contexto de sanções ocidentais. As empresas chinesas preencheram o vazio deixado pelo abandono de empresas ocidentais na Rússia, e as transações comerciais agora são majoritariamente realizadas em rublos e iuans.
O cenário geopolítico continua a evoluir rapidamente. O que você acha dessa aproximação entre as potências? Deixe sua opinião nos comentários!
Comentários Facebook