AGU pede bloqueio de bens de mais 14 por descontos indevidos no INSS

Publicado:

Nesta sexta-feira (9/5), a Advocacia Geral da União (AGU) solicitou à Justiça Federal o bloqueio dos bens de 14 investigados relacionados a descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. A ação cautelar, registrada na quinta-feira (8/5), inclui oito pessoas e seis empresas.

Revelado em dezembro de 2023 pelo Metrópoles, o escândalo abrangeu o aumento significativo na arrecadação com descontos de aposentados, que atingiu R$ 2 bilhões em um ano, enquanto milhares de processos por fraude de filiação se acumulavam.

Essas reportagens ocasionaram a abertura de inquérito pela Polícia Federal e energizaram investigações da Controladoria-Geral da União. A Operação Sem Desconto, iniciada em 23/4, culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.


Entenda o caso

  • Em março de 2024, o Metrópoles divulgou, com base em dados da Lei de Acesso à Informação, que 29 entidades cobrando mensalidades de aposentados tiveram um aumento de 300% em seu faturamento, enfrentando mais de 60 mil processos por descontos indevidos.
  • As investigações revelaram casos em que aposentados, sem conhecimento das entidades, passaram a ter descontos mensais em seus benefícios, variando de R$ 45 a R$ 77, antes mesmo do recebimento dos valores do INSS.
  • Após a reportagem, o INSS iniciou investigações internas, enquanto a CGU e a PF deram início à Operação Sem Desconto, realizada na quarta-feira.
  • As matérias também identificaram empresários por trás das entidades fraudulentas, levando à exoneração de André Fidelis, diretor de Benefícios do INSS.

Os investigados são suspeitos de facilitarem pagamentos indevidos a agentes públicos do INSS. A AGU estima que esses agentes tenham recebido R$ 23,8 milhões. As investigações indicam que as empresas envolvidas desempenharam papel crucial na fraude contra aposentados e pensionistas.

De acordo com a AGU, “essa engenharia financeira sustentava o esquema criminoso, repassando valores indevidamente descontados pelas associações e pagando vantagens ilícitas a agentes públicos que facilitavam esses descontos”.

O pedido cautelar inclui não apenas o bloqueio dos R$ 23,8 milhões, mas também de R$ 2,56 bilhões em bens móveis e imóveis, além da quebra de sigilos bancário e fiscal de 12 entidades e seus dirigentes.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Viúva viu marido morrer em suposto racha: “Tiraram nossos sonhos”

Em um trágico acidente em Caçapava, São Paulo, o motociclista Jean Carlo Barbosa Máximo, de 31 anos, perdeu a vida após ser atingido...

Quem é o homem que agrediu e limpou sangue de namorada em elevador

Vinicius Ghiraldelli Camargo, de 43 anos, foi identificado como o homem que agrediu uma jornalista e limpou seu sangue em um elevador. Ele...

PM de folga mata adolescente que cercou carro de influenciadora em SP

Um policial militar de folga matou um adolescente de 16 anos na noite de sexta-feira, 3 de outubro, em Canindé, São Paulo. O...