São Paulo — O presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o escândalo dos descontos indevidos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelado pelo Metrópoles, será encerrado “agora”, apesar de suas origens passadas. A declaração foi feita durante a 5ª Feira da Reforma Agrária do MST, em São Paulo.
“Sobre o INSS, é importante destacar que não começou agora. Infelizmente, começou lá atrás, mas vai terminar. Já foi totalmente suspenso, não há mais descontos”, ressaltou o presidente em exercício, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava em agenda fora.
Veja imagens de Alckmin na Feira do MST:
O escândalo revelou que a arrecadação de descontos de mensalidade saltou para R$ 2 bilhões em um ano, com associações enfrentando milhares de processos por fraudes. As reportagens do Metrópoles resultaram em inquérito da Polícia Federal e em apurações pela Controladoria-Geral da União (CGU). A operação desencadeada em 23/4 levou à demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência.
Alckmin informou que, no próximo pagamento, serão devolvidos R$ 298 milhões a aposentados. “O que foi descontado já vai ser devolvido no próximo pagamento”, afirmou o presidente.
O INSS se comunicou com 20 milhões de beneficiários que não sofreram descontos e orientou sobre o acesso à devolução imediata através da plataforma Meu INSS.
Crédito consignado
As investigações indicam que entidades relacionadas aos descontos indevidos pagaram pelo menos R$ 110 milhões a empresas de crédito consignado. Associações suspeitas de fraudes firmaram contratos para captar novos filiados, ganhando uma porcentagem dos descontos de cada associado.
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), realizada em 2023, identificou múltiplos descontos associados em datas próximas a empréstimos consignados. Até o momento, 12 das mais de 30 entidades investigadas enfrentam processos. O INSS notificou 9 milhões de aposentados que serão ressarcidos.
Recentemente, o presidente do INSS bloqueou novos descontos de empréstimos consignados para todos os segurados, seguindo determinações do TCU para combater fraudes.
Vídeo de Nikolas Ferreira
Na última semana, o deputado federal Nikolas Ferreira divulgou um vídeo afirmando que o escândalo involve empréstimos consignados de até R$ 90 bilhões, que teve mais de 100 milhões de visualizações. A CGU esclareceu que esse valor se refere ao total de empréstimos consignados em um ano e que as investigações focam R$ 6,3 bilhões de descontos indevidos. A repercussão do vídeo levou a ministra Gleisi Hoffmann a buscar auxílio da Febraban para mitigar o impacto das declarações de Ferreira.
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