Um cessar-fogo estabelecido entre Índia e Paquistão para encerrar as hostilidades na região da Caxemira foi, porém, abalado por combates noturnos. Moradores de ambos os lados da Linha de Controle relataram intensas trocas de tiros entre as tropas indianas e paquistanesas, que diminuíram na manhã de domingo (11). A trégua foi acertada um dia antes, após negociações visando conter o mais grave confronto militar em décadas, gerado por um massacre a tiros de turistas, que a Índia atribui ao Paquistão, negado por Islamabad.
No âmbito do cessar-fogo, os dois países concordaram em interromper imediatamente ações militares. Contudo, horas após o acordo, ambos se acusaram de desrespeitar a trégua. Autoridades indianas reportaram avistamentos de drones sobre a Caxemira e o estado de Gujarat. Em Poonch, na Caxemira sob controle indiano, moradores descreveram os últimos dias como traumatizantes devido aos intensos bombardeios. “Foi totalmente caótico”, disse Sosan Zehra, uma estudante que retornou para casa durante os confrontos.
Na parte controlada pelo Paquistão, o morador Mohammad Zahid expressou seu receio: “Ficamos felizes com o anúncio do cessar-fogo, mas a situação parece incerta.” O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi o primeiro a anunciar o acordo, com autoridades dos dois países confirmando a notícia em seguida. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, realizou uma reunião com oficiais militares, enquanto a Índia não fez menção ao papel dos EUA no acordo.
Desde quarta-feira, combates têm ocorrido diariamente ao longo da montanhosa Linha de Controle, caracterizada por cercas de arame farpado e torres de vigilância. Ambos os lados se acusam mutuamente de iniciar os confrontos, afirmando que suas ações foram em resposta. Novas negociações entre os comandantes militares da Índia e Paquistão estão programadas para a próxima segunda-feira (12).
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