Chancerley de Melo Santana, ex-presidente da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), pediu exoneração após revelações sobre ser réu em casos de estupro de vulnerável e violências domésticas. Santana, que havia sido indicado para o cargo em 2019, tinha laços com empresas que venceram licitações da TCB, incluindo a Coopercam, fundada pelo ex-deputado Valdelino Barcelos.
Durante a presidência de Santana, diversas empresas, ligadas por parentesco ou sociedade, foram favorecidas em licitações. Entre elas, a Coopercam assinou contrato em 2021 enquanto Valdelino era presidente da Comissão de Transporte na CLDF. Após sua saída da TCB, Santana foi nomeado para o gabinete de Valdelino com um salário superior a R$ 16 mil.
Em 2023, Santana voltou à TCB e seu salário sofreu aumentos significativos, saltando de R$ 11.893 para R$ 22.550 em um curto período, um aumento de 89,60% em apenas oito meses.
Contratos em família
Documentos revelam que Wagner e Edimar, ligados à Natural Logística e Coopercam, respectivamente, são irmãos. Em 2021, Gaspar Pacheco da Silva, dono da G P Silva Transporte, também teve contrato com a TCB. Ele é irmão de José, que representa outra empresa contratada.
Gaspar foi sócio de Ronaldo de Oliveira, preso por lavagem de dinheiro. Três empresas da família de Ronaldo obtiveram contratos com a TCB em períodos semelhantes, levantando suspeitas sobre irregularidades.
Em 2024, a TCB renovou contrato com a Rodoeste, apesar de investigações contra a empresa.
O valor do novo contrato garantirá mais R$ 1.353.427,79 à família de Ronaldo, gerando alertas sobre possíveis fraudes e má gestão de recursos públicos.
Exonerações após denúncias
Denúncias levaram à exoneração de uma funcionária da TCB em 2019, que atuava sem registro na OAB. Outro caso de nepotismo foi revelado, envolvendo a chefe de gabinete e suas filhas trabalhando para a empresa durante a gestão de um ex-governador.
O que diz a TCB
A TCB defende que todos os contratos passam por licitação e estão em conformidade com a legislação, sem restrições nos cadastros governamentais. A reportagem aguarda respostas dos outros envolvidos, mantendo espaço aberto para manifestações.
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